quarta-feira, 23 de outubro de 2024

Hélio Schwartsman - E se Trump vencer a eleição?

Folha de S. Paulo

Curva de aprendizado e carta branca da Suprema Corte tornariam segundo mandato mais ameaçador do que o primeiro

Pelos agregados de pesquisas, há mais ou menos 50% de chance de que Donald Trump triunfe no pleito do próximo dia 5 de novembro.

No século 19, Thomas Carlyle desenvolveu a teoria do grande homem, segundo a qual a história universal não seria muito mais do que a somatória das qualidades inatas de líderes excepcionais. Essa nunca foi uma boa teoria, mas também não dá para cair no extremo oposto e reduzir a zero o peso das características individuais de dirigentes, como às vezes parecem fazer escolas historiográficas concorrentes.

O interessante na tese de Carlyle é que podemos em princípio invertê-la e sustentar que os defeitos de líderes também têm impacto significativo sobre os acontecimentos. Para cada gênio como Alexandre, César e Napoleão existiria um Calígula, um Nero e um Hitler. É, se quisermos, a teoria do pequeno homem.

Não sou muito afeito a maniqueísmos, mas acho que há algo aí. Se Trump for eleito e tentar implementar algumas de suas propostas que parecem resultar mais de obsessões pessoais do que de reflexão racional, os EUA e o mundo estarão em maus lençóis.

Um exemplo banal. As tarifas de importação que ele ameaça impor para criar empregos domésticos catapultariam a inflação ao consumidor, o que forçaria o Fed a subir os juros. Má notícia para americanos e terráqueos.

Algo parecido vale para as ideias de Trump sobre segurança (a Otan e, portanto, os europeus que se cuidem) e ambiente (o já difícil enfrentamento da mudança climática regrediria bastante).

E fica pior. Mesmo figuras como Trump são capazes de aprendizado. No primeiro mandato, o profissionalismo da burocracia estatal americana serviu de anteparo a alguns desatinos e aos ímpetos autoritários do então presidente. Trump sabe disso e já deu sinais de que, em caso de vitória, vai fazer o que puder para substituir servidores de carreira por indivíduos leais a ele, não à Constituição.

Para agravar ainda mais as coisas, Trump serviria sob uma Suprema Corte ultraconservadora que já tomou decisões que praticamente asseguram sua inimputabilidade.

 

8 comentários:

  1. O jornalista tão preocupado com o Trump deveria denunciar o governo Lula que tem sete dos 11 membros do Supremo Tribunal Federal que o PT indicou e esse mesmo Supremo tirou ele da cadeia e a esquerda e o fez presidente
    A mídia conservadora Esquerdista nunca falou nada , e Lula está aí
    Aos poucos a imprensa militante está percebendo Que a Kamala Harris foi uma chuva de verão , passou rápido , quanto mais ela fala mais a situação piora e chegou um ponto crítico quando ela expulsou dois jovens que louvaram o Senhor Jesus Cristo em seu comício , ela está ladeira abaixo só não está pior nas pesquisas porque as pesquisas tem viés de esquerda , mas nas casas de apostas já está 63 para Trump e e 33 para Harris , coisa que nunca aconteceu em nenhuma eleição tamanha diferença
    Se preparem, o Trump vem aí!

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    1. Como é cansativo o mugido desta gente. Não muda sequer o tom. Misturar Cristo com Trump na mesma sentença mostra o seu grau de alienação fanática - ou ignorância mesmo, não sei o que é pior.

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  2. Como dizem o colunista e o Anônimo acima, preparem-se para o PIOR, pois a disputa está muito equilibrada e o golpista mentiroso dos EUA pode vencer. E aí, se o PIOR acontecer, pobre mundo, pobre EUA...

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  3. O jornalistas Militantes já estão com as barbas de molho evitando tocar no assunto eleições americanas
    Trump Vem aí, para o bem de todos e felicidades dos Estados Unidos

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  4. Trump,assim como Bolsonaro e Marçal,precisa de oração e não de votos.

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  5. Brasileiro criticando a judicatura americana? Ai ai..

    Quais diplomas legais e institutos internações criados pelo Direito brasileiro rivalizam com estes institutos do Direito americano aí de baixo? Há dezenas, mas cito só cinco.

    1.Doutrina Monroe:
    2. Princípio da Auto determinação dos povos

    3, Criação de Organizações Internacionais ( ONU, FMI, etc)

    4. Tribunais Internacionais e Direitos Humanos: Os EUA também tiveram um papel central na criação do Tribunal de Nuremberg, após a Segunda Guerra Mundial, que julgou crimes de guerra.

    5. Princípios de Livre Comércio: A política econômica e comercial dos EUA contribuiu para a criação de organismos internacionais, como a Organização Mundial do Comércio (OMC) e os princípios do GATT (Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio).

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    1. Seria como jogador "Qualhada '(Chico Anísio) criticando Pelé, Tostão e Jairzinho. Hehe

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  6. Sorry, "Coalhada". Hehe

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