O Estado de S. Paulo
Do meu ponto de vista, o fim do mundo, embora
possível, está longe de ser provável
O pessimismo anda excessivo. Em alguns
momentos, se chegou a projetar um crescimento da Selic de até 13,5%,
elevadíssimo frente a uma inflação que anda na faixa de 4,5%. No dia 11
passado, a NTN longa (B 60) chegou a um juro de 6,5%!
Ao contrário do que esses números sugerem,
nossa economia não está à beira do colapso. Embora a questão fiscal esteja
muito ruim e poderá caminhar para algo insustentável no futuro, parece-me
evidente que há um certo exagero no ar.
Do meu ponto de vista, o fim do mundo, embora possível, está longe de ser o mais provável. Isso porque um quadro de desarranjo crescente leva necessariamente a uma pressão no prêmio de risco, que se transforma numa desvalorização cambial e numa inflação consolidada e significativamente mais elevada, algo que ainda não ocorreu.
Não ocorreu e creio que não ocorrerá pela
entrada em campo, nesta altura, de um novo ator: o distinto público. A
sociedade brasileira não tolera mais inflação elevada, depois de conhecer os
benefícios da previsibilidade. A experiência da derrocada do governo Dilma já
deveria ter ensinado essa lição. E isso é tão mais verdade quanto mais fraco é
o governo, especialmente chamuscado que foi nas recentes eleições.
Assim como o Executivo já aceitou a
inevitabilidade da elevação da taxa de juros, vai acabar aceitando que o
expansionismo terá de encontrar limites, fazendo com que o impulso fiscal, que
já está sendo reduzido neste segundo semestre, tenha de ser reforçado por
cortes de gastos nos próximos meses.
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Estima-se que existam hoje 90 milhões de
residências vazias na China, especialmente concentradas em cidades menores,
muitas das quais estão assistindo a uma redução da população. Trinta milhões
desse total são imóveis que nunca foram vendidos. Dos vendidos, 20 milhões das
unidades estão inacabadas. Nas 90 milhões de residências disponíveis cabe toda
a população brasileira.
Nem a China consegue digerir isso facilmente,
e a fraqueza do mercado de construção é uma das principais causas da
desaceleração que vem afetando o país. Mas o maior peso vem da arrebatadora
tendência de envelhecimento e queda absoluta da população, que se iniciou em
2022. O World Population Prospect 2024 menciona que, de hoje até 2054, haverá
no país uma redução de 204 milhões de pessoas!!
Não há como compensar isto. O País vai
desacelerar mesmo.
" Estima-se que existam hoje 90 milhões de residências vazias na China, especialmente concentradas em cidades menores, muitas das quais estão assistindo a uma redução da população. Trinta milhões desse total são imóveis que nunca foram vendidos. Dos vendidos, 20 milhões das unidades estão inacabadas. Nas 90 milhões de residências disponíveis cabe toda a população brasileira. "
ResponderExcluirEeitaa !!!