O Globo
As eleições municipais estão mostrando a força eleitoral do Centrão, o verdadeiro vencedor na política nacional
As eleições municipais chegam ao fim hoje
marcando uma mudança importante na política partidária brasileira, colocando a
centro-direita no topo da preferência dos eleitores, e reduzindo a importância
da esquerda, que está no governo central, mas já não tem o controle da situação
como em outras épocas.
O presidente Lula evitou envolver-se nas disputas regionais por ter uma ampla base de apoio no Congresso que é dominada pela centro-direita, embora essa tendência não seja respeitada na formação ministerial, nem na tomada de decisões. O terceiro mandato de Lula vem sendo marcado por essa contradição, não é nem de esquerda, nem de centro, muito menos de direita. Mas vagueia entre tendências, sem ter condições políticas de ditar o rumo.
Somente na política externa a direção é
ditada pela esquerda tradicional, provocando muitas críticas, sem conseguir
demonstrar que defende os interesses nacionais quando adere ao BRICS ampliado,
que dilui a importância do Brasil e o leva a ser minoritário entre tradicionais
ditaduras e governos esquerdistas que querem transformar o grupo em uma
instituição antiocidental sem futuro prático, mas com presença política
relevante para os interesses da China e da Rússia.
Mesmo nesse aspecto o governo Lula se afasta
da maioria do eleitorado, que desaprova nossa união com essa aliança do sul
global que se afasta das grandes potências europeias e dos Estados Unidos. O
chanceler brasileiro, Mauro Vieira, mostrou-se surpreso com as críticas,
alegando que “pelo que me consta, o Brasil faz parte do Ocidente”. Tem toda
razão, e por isso mesmo é estranhável que faça parte de uma associação
internacional que só reúne países que se colocam em confronto com os valores
ocidentais. A democracia já não é uma condição sine qua non para se fazer parte
dos BRICS, o que define de pronto a tendência do grupo.
Esse aspecto do governo não faz parte da
temática das eleições municipais, e nem mesmo nas campanhas nacionais nossa
política externa ganha relevância, a não ser para que Lula seja criticado por
imprimir uma direção esquerdista a nossas posições nos fóruns internacionais.
Recentemente, as posições brasileiras em relação à invasão da Ucrânia pela
Rússia e a guerra de Israel contra os grupos terroristas Hezbolah e Hamas têm
sido aproveitadas pela direita nacional como instrumento de combate político, o
que fragiliza ainda mais o governo.
Assim como o presidente do PL, Waldemar Costa
Neto brada aos quatro cantos que a direita não tem condições de derrotar Lula
em 2026 se não se juntar ao centro, também a esquerda não tem condições de
ganhar a eleição sem se aproximar do centro. As eleições municipais estão
mostrando a força eleitoral do Centrão, o verdadeiro vencedor na política
nacional. Diz-se que as eleições municipais não têm a ver com as nacionais, mas
essa generalização também está errada. Prefeitos e vereadores têm influência na
formação do futuro Congresso, e o que se avalia que venha a ser um Congresso
mais à direita do que o atual, reforça-se com os resultados de hoje.
Tudo indica que, mesmo sem a presença de
Bolsonaro na disputa, o centro-direita tem condições de vencer se não se
dividir. Caso Lula também não possa concorrer, seja por que razão for, a
projeção é de que teremos uma eleição tão diversificada quanto a de 1989,
quando nada menos que 22 candidatos concorreram à primeira eleição direta
depois da ditadura.
Pode vir a ser um marco do reinício da
disputa partidária no país, como foi a de 1989. O resultado daquela não foi, no
entanto, dos mais felizes. Collor foi eleito e acabou impedido pelo Congresso
de continuar no governo dois anos depois. Lula, que disputou com ele, admitiu
anos depois que não estava preparado para o cargo naquele momento.
Lula sempre foi um sindicalista ávido por poder e dinheiro , nunca foi um estadista , Para nossa desgraça e infortúnio
ResponderExcluirE o PT virou uma organização criminosa Responsável pelo desvio mais de 1 trilhão de reais dos cofres públicos Apurado pela lava jato e por isso o Lula foi preso e condenada há mais de 20 anos por corrupção e lavagem de dinheiro posteriormente arrancado da cadeia pelo STF Pra concorrer e ganhar a presidência da república na marra
Em 1989 Lula já sabia muito,um gênio da política brasileira,com vários defeitos e fraquezas como todo mundo.
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