Folha de S. Paulo
Livro disseca batalha judicial que opôs
estado do Tennessee nos EUA ao ensino do darwinismo
Nunca menospreze o poder mobilizador das
guerras culturais. Em 1925, os EUA pararam para acompanhar o julgamento de John
T. Scopes, o professor de biologia da cidadezinha de Dayton, acusado de violar
uma lei do estado do Tennessee que proibia o ensino do darwinismo.
Todos os ingredientes de uma boa guerra estavam ali: religião contra ciência,
autonomia dos estados contra a Constituição Federal, o povo do sul contra os
ianques. Não é à toa que o episódio tenha sido apelidado de "julgamento do
século" e, na fórmula mais ácida de H.L. Mencken, "julgamento do
macaco".
Bryan está em todos os livros de história.
Foi três vezes candidato à Presidência pelo Partido Democrata. Era um populista de mão cheia. Tinha
posições relativamente progressistas em relação à organização do trabalho
(sindicatos), mas era um fundamentalista religioso com fortes tendências
racistas. Foi um dos principais defensores da Lei Seca.
Darrow também teve alguma militância no Partido Democrata e em favor dos
sindicatos, mas as semelhanças acabam aqui. Darrow era socialista,
declaradamente agnóstico e sempre se prontificava a atuar como advogado de
defesa de autores de crimes que haviam chocado o país.
Ao retratar o julgamento do século e seus protagonistas, Wineapple traça o
perfil de uma época. As semelhanças entre os anos 20 do século passado e do
atual são notáveis: forte polarização, censura a livros, ameaça do populismo,
conflitos entre poder central e local.
Scopes em tese perdeu. Foi condenado a pagar uma multa de US$ 100, mas Darrow
chamou Bryan a depor na condição de especialista em religião e o humilhou,
enredando-o nas infinitas inconsistências e contradições do texto bíblico. A vitória moral foi de
Darwin.
Não deixa de ser desconcertante constatar que pouca coisa mudou em cem anos.
Nos Estados Unidos, nenhuma universidade de prestígio foi originalmente fundada com base no darwinismo , ou especificamente para promover a teoria da evolução de Charles Darwin. Já o protestantismo legou aos americanos e ao mundo inúmeras universidades de prestígio.
ResponderExcluirVárias universidades americanas de prestígio têm raízes no protestantismo. Aqui estão algumas das principais:
- Harvard University foi fundada em 1636 por congregacionalistas puritanos. Seu objetivo original era formar ministros religiosos para as igrejas da Nova Inglaterra. Os puritanos acreditavam na importância de uma educação sólida para garantir que os líderes religiosos fossem bem treinados tanto em teologia quanto em outras áreas do conhecimento.
- Yale University - Fundada em 1701 por congregacionalistas, Yale tinha como objetivo a formação de ministros religiosos.
-Princeton University - Estabelecida em 1746 como "College of New Jersey", Princeton foi fundada por presbiterianos para a formação de clérigos.
Columbia University - Originalmente chamada King's College, foi fundada em 1754 pela Igreja Anglicana (Episcopal), com o objetivo de formar líderes com valores protestantes.
Dartmouth College - Fundada em 1769 pelo reverendo congregacionalista Eleazar Wheelock, tinha o objetivo de educar missionários cristãos para trabalhar com povos indígenas.
Brown University - Fundada em 1764 por batistas, Brown foi a primeira instituição a aceitar estudantes de todas as denominações religiosas.
University of Chicago - Fundada em 1890 com o apoio financeiro da American Baptist Education Society, embora tenha se tornado rapidamente uma instituição secular.
Duke University - Originalmente estabelecida como Brown's Schoolhouse por metodistas e quacres em 1838, tornou-se Duke University em 1924, mantendo influências metodistas.
Aqui está a quantidade individual de prêmios Nobel (em todas as categorias) que as universidades de origem cristã mencionadas receberam ao longo dos anos:
ResponderExcluirUniversity of Chicago: 94 prêmios Nobel.
Harvard University: 161 prêmios Nobel.
Columbia University: 84 prêmios Nobel.
Yale University: 65 prêmios Nobel.
Stanford University: 71 prêmios Nobel.
Total:
94 (University of Chicago) + 161 (Harvard University) + 84 (Columbia University) + 65 (Yale University) + 71 (Stanford University) = 475 prêmios Nobel.
Esses números representam laureados que têm associação com essas universidades, como estudantes, professores, pesquisadores ou ex-alunos
Tramontina, corte rápido. Hehe
Como as espécies, as mencionadas universidades estadunidenses também EVOLUÍRAM! Deixaram de ser voltadas para a religião e se voltaram para as Ciências, como muitas outras grandes universidades do mundo. Reconheceram os méritos do darwinismo e até hoje o discutem e pesquisam.
ResponderExcluirQual a correlação entre a "origem" da universidade e o texto? Fugiu do tema: é zero!
ResponderExcluirApedeuta, o tópico frasal é Religião e ensino do Darwinismo. Logo, ambiente epistemológico/acadêmico. Nessa área, o protestantismo contribuiu mais pra educação e ciência do que a tese de Darwin. Tais universidades detém mais de 70% dos prêmios Nobel americanos. Só Havard tem 5X mais Nobel que toda a América Latina!
ExcluirO espiritismo,graças a Deus,referenda a teoria evolucionista de Charles Darwin,amo a Doutrina de Kardec.
ResponderExcluirA tese de Darwin não é pouca coisa. É uma das poucas teorias amplamente aceitas da Biologia!
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