O Globo
Lula lidera briga para 2026, e sua avaliação
e a do governo terminam o ano pior que em 2023, mas estáveis em relação aos
últimos meses
A última pesquisa Quaest de 2024 traz
notícias para o governo Lula que podem parecer desanimadoras, mas que, diante
de um ano bastante tumultuado, fazem lembrar aqueles jogo de futebol em que o
placar de 0 a 0 é comemorado por um time que não vê a cor da bola nos 90
minutos de jogo.
Lula venceria qualquer dos nomes da direita num eventual segundo turno em 2026, inclusive Jair Bolsonaro, que está e muito provavelmente estará inelegível até lá. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, cujo nome também foi testado, também bateria Bolsonaro, Tarcísio de Freitas e Ronaldo Caiado, ainda que por menor margem.
A avaliação de Lula e do governo termina o
ano pior que em 2023, mas em situação de estabilidade em relação aos últimos
meses, o que dá ao presidente a chance de reorganizar sua gestão para a segunda
metade do mandato sem a corda no pescoço de ter a oposição como favorita para o
pleito de daqui a dois anos.
É consenso em ciência política e na análise
de ciclos eleitorais a máxima segundo a qual bons resultados na economia sempre
colocam mandatários como favoritos, ainda mais quando são candidatos à
reeleição. Mas esse axioma vem sendo posto à prova. Basta ver que os Estados
Unidos tinham bons resultados de emprego e crescimento sob Joe Biden, mas
Donald Trump venceu — a despeito de ser processado pela invasão do Capitólio e
das outras acusações a que responde na Justiça, além da plataforma de campanha
bastante divisiva.
O resultado das eleições nos Estados Unidos,
além da vitória maciça da centro-direita nos municípios brasileiros neste ano,
embora não tenham relação direta com a sucessão presidencial de 2026, tinham
feito a oposição bolsonarista esfregar as mãos imaginando que a vitória estava
a caminho. O indiciamento de Bolsonaro pelos atos golpistas já havia jogado
água nesse chope, e a pesquisa Quaest vem para confirmar que o sucesso local da
direita nas capitais de Goiás e São Paulo não é passaporte para o sucesso no
plano nacional, como eleições passadas já se cansaram de demonstrar.
Mas, se os dados sugerem certo alívio para
Lula, o quadro político atual não permite nem cravar que o presidente vai mesmo
para a disputa do quarto mandato. Mesmo antes da internação dele, já era mais
comum ouvir no PT e nos bastidores do próprio governo a avaliação de que Lula
ainda não tinha certeza de que seria candidato.
A divulgação dos dados da Quaest
concomitantemente à internação foi uma infeliz coincidência, uma vez que o
campo da pesquisa foi colhido antes, mas houve quem, no primeiro escalão,
considerasse de “péssimo gosto” a cogitação de que Haddad poderia substituir o
mandatário na cédula neste momento. Não é a primeira vez que cenários tendo o
ministro da Fazenda como candidato são formulados. E o fato de Haddad ter
desempenho positivo diante de nomes da direita justamente ao fim de um ano em
que foi testado interna e externamente talvez tenha sido o que mais incomodou
os ministros.
Fica da sondagem o fato de, hoje, Haddad
talvez ser o único nome visto pelos agentes econômicos e políticos e pelo
eleitorado como capaz de, uma vez mais, tomar o lugar de Lula como candidato. E
ninguém, nem quem reclama dela, contesta que o ministro conquistou essa posição
em dois momentos: ao aceitar a incumbência no momento mais crítico para Lula,
quando estava preso em 2018, e pela condução da política econômica mesmo diante
de fogo amigo e inimigo e, ainda assim, colher bons resultados.
O banho de água fria foi do lado de lá: o
fato de Bolsonaro aparecer atrás de Lula tira ainda mais força do ex-presidente
como definidor dos rumos da direita, algo que deverá se aprofundar caso ele
seja condenado ou preso no ano que vem, como há grandes chances de que ocorra.
Parabéns pelo esforço e criatividade!! Força Vera!!!!
ResponderExcluiro pior ainda está por vir...
Eu sempre disse que as pessoas votam pra prefeito sem nenhuma intenção ideológica,eles votam porque vão com a fuça do candidato.
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