O Estado de S. Paulo
Oficiais queriam comprometer Stumpf; mas só conseguiram mostrar o próprio caráter
Melancia, covardes e comunistas. A Operação
Psicológica montada pelos oficiais que pretendiam desacreditar o Alto-Comando
do Exército para força-los a apoiar a manutenção de Bolsonaro no poder não
poupou adjetivos quando buscava desacreditar os generais que se opunham ao
golpe.
Mas um dos ataques causou um grande barulho na caserna: o uso do nome do ministro Alexandre de Moraes para difamar um integrante do Alto-Comando. A manobra atingiu o general Valério Stumpf, que, em março de 2022, deixou o Comando Militar do Sul para assumir o Estado-Maior do Exército. Naquele ano, o general foi um dos interlocutores da Força Terrestre com a Secretaria-Geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Com o conhecimento do Alto-Comando, Stumpf
apresentou uma proposta à comissão de fiscalização das urnas eletrônicas,
aprovada pelo TSE por meio da portaria 921, de 19 de setembro, que instituiu o
projeto piloto com biometria. Virou um dos alvos preferenciais da turma que
orbitava o general Mário Fernandes, preso pela PF e apontado como o chefe
operacional do golpe bolsonarista.
Em 22 de novembro de 2022, Stumpf foi um dos
alvos de Paulo Figueiredo, um dos 37 indiciados no inquérito do golpe da PF, em
um programa de rádio. Figueiredo apresentou o general como um dos oficiais que
estavam se colocando de “forma aberta contra uma ação mais direta, mais
contundente das Forças Armadas”. Traduzindo: Stumpf era contra o golpe.
Como chefe do Estado Maior, o general
manifestava-se em conversas de forma veemente em favor do que chamava de
“estabilidade institucional”. Deixava claro, dentro e fora dos quartéis, “a
impossibilidade de uma ruptura”. Ou seja, cumpriu sua missão. Inclusive por
meio de um texto no Informex 45, de 1.º de dezembro de 2022.
Esse foi o pecado do general. Ele atraiu a
fúria dos radicais. Sua filha foi atacada e obrigada a ouvir que o pai era um
“traidor da Pátria”. Por fim, tentaram transformar Stumpf em “informante” de
Moraes. O que o general não sabia até ler o relatório do inquérito da PF sobre
o golpe é que um de seus auxiliares diretos – um coronel – participava
ativamente da conspiração que visava a comprometê-lo como alcaguete do STF.
Stumpf sabe que pagou o preço pela lealdade à Constituição e ao comandante do Exército, general Freire Gomes. Associá-lo ao magistrado visto como a Nêmesis do bolsonarismo mostra até que ponto a deslealdade, a má-fé e o desrespeito à hierarquia e à disciplina chegaram nos estertores do governo de Bolsonaro. Queriam comprometer o general. Mas só conseguiram expor o caráter dos golpistas.
E os oficiais norte-americano do Departamento de Estado , Pentágono e CIA que vieram aqui pressionar nosso alto comando a não questionar os resultados das urnas eletrônicas e nem pedir confirmação de código fonte e aí?
ResponderExcluirNinguém até agora conseguiu provar que as últimas eleições presidenciais foram fraudulentas. O resto é conversa pra boi dormir.
ResponderExcluirPra boi dormir, não. Pra manter o rebanho de certo político acordado.
Será que EUA iria gastar dinheiro dos contribuintes, tirar da rotina oficiais do Departamento de Estado, Pentágono e Cia para vir aqui pressionar o alto comando daqui para respeitar a eleição???Deve ter havido sim mas por um simples e-mail de 10 linhas. Sejamos realistas pessoal.
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