O Estado de S. Paulo
Nomes não faltam para a eleição presidencial de 2026, mas candidato para valer não tem
Os dois nomes mais naturais para uma eventual
disputa presidencial sem Lula e Bolsonaro chegaram a 2025 devagar, quase
parando. Fernando Haddad não sai do Planalto, de reunião em reunião para
enfrentar desconfiança, crise fiscal, inflação, juros, dólar. Tarcísio de
Freitas é atingido no peito todo dia pelo choro de mães e pais e pelos
estilhaços de tiros mortais da ex-polícia mais eficiente do País.
Com dúvidas sobre a candidatura Lula, Bolsonaro inelegível, Haddad mais ocupado com o presente do que preocupado com o futuro e Tarcísio alvo das balas perdidas em São Paulo, 2026 se torna totalmente imprevisível, oscilando entre o ridículo e o aterrorizante.
Pela Paraná Pesquisa, quem lidera as pesquisas hoje é Ciro Gomes, atualmente no PDT, depois de uma fila de partidos, disputar três eleições presidenciais e brigar com todos e qualquer um que tenha passado pela sua frente, da esquerda à direita, até a família e o irmão Cid, seu parceiro político de vida toda. Só isso escancara a tremenda falta de opções.
E o que dizer de Pablo Marçal? E daquele
outro, como é mesmo o nome dele? Ah, sim, o cantor Gusttavo Lima? Parece piada
de mau gosto, mas tem até partido se oferecendo, como o União Brasil, entre
baixarias e escândalos que aniquilam o que havia de bom no falecido PFL.
Há também uma novidade em campo, ou melhor,
entrando nas pesquisas de campo: Michele Bolsonaro pela direita e Janja Lula da
Silva no time do PT. As duas já confrontavam agendas e visibilidade na campanha
de 2022, mas daí a virarem cabeças de chapa?
De sério mesmo, além de Haddad, que sofre
fortes resistências no PT, e de Tarcísio, que desperta ciúmes em Bolsonaro,
sobram ministros de Lula e governadores de Bolsonaro. Pelo governo, um exemplo
é Camilo Santana, que fez um bom governo no Ceará, sumiu no MEC e é
desconhecido da grande massa. Pela oposição, cresce Ratinho Jr., do PSD do
Paraná, mas Ronaldo Caiado, do União de Goiás, se lança com ânimo equivalente
ao desânimo com que rejeitou disputar em 2018.
São nomes jogados ao vento e à mídia, para
encorparem ou esquentarem as cadeiras para os reais candidatos. Mas isso
confirma uma sábia regra: quem tem muitos nomes não tem nenhum. No PT, Lula é
um sol sem planetas. No bolsonarismo, são todos contra todos.
Sem nomes, que tal o mundo político debater a
sério emendas e supersalários, economia e violência, saúde e educação, política
externa e interesses internos, X e Meta, Ucrânia e Gaza, secas, incêndios e
enxurrada? Que as pesquisas sejam sem Gusttavo Lima e com o que realmente
importa.
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