Estou muito feliz com a consagração de Fernanda Torres, como melhor atriz, no Globo de Ouro, um momento histórico inesquecível. A arte e a ética corrigem as deformações e a insanidade da vida, não joga pra debaixo do tapete, os crimes dos algozes da ditadura, não se conformam com o "melhor é deixar pra trás".
Eunice Paiva, interpretada por Fernanda
Torres, traz tanta verdade, tanta leveza e serenidade. Uma frágil mulher
desafia e desvela a face oculta e monstruosa da ditadura, nos revelando que não
é possível deixar que se exaltem torturadores, assassinos como o ídolo de
Bolsonaro, Coronel Ustra.
A veneranda Eunice Paiva, interpretada por
Fernanda Montenegro, em cena curta, sem fala, acometida pelo Alzheimer, expressa em
seu rosto, ao ouvir reportagem sobre seu marido Rubens Paiva, que nem a doença
que destrói as funções cerebrais conseguiu apagar sua triste perda.
Parabéns, Fernandinha Torres, minha
lindinha, 25 anos depois, você com sua grandeza e simplicidade
completa a jornada que sua mãe iniciou também, com Walter Sales.
O fascismo que governou, recente, o nosso
país e tentou acabar com a cultura e diminuir e desvalorizar seus artistas,
ocasionando por desgosto, a perda do ator Flávio Migliaccio, para o suicídio.
Com a vitória de Fernanda Torres a arte e a ética dão a volta por cima e o colocam em seu lugar de desprezo, insignificância e repulsa. Ditadura nunca mais! Viva a arte, viva o cinema brasileiro!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.