* Temos uma das piores distribuições de renda
de todo o mundo;
* Somos um dos países mais violentos do
mundo, com a terceira ou quarta população carcerária do planeta;
* Nossas carências em matéria de
infraestrutura urbana (transporte, saneamento básico, favelas se multiplicando)
são estarrecedoras;
* Contabilizamos, oficialmente, cerca de cinco milhões de brasileiros residindo fora do país;
* Estamos ficando para trás em matéria de
novas tecnologias, ignorando as mutações na esfera do trabalho (automação,
inteligência artificial, robótica, plataformas digitais);
* Saúde e Educação apresentam problemas
gritantes e
* Finalmente, a nossa identidade cultural se ressente de um projeto de nação, como os demais setores da vida nacional.
Precisamos encarar esse desmoronamento de
frente. Ir um pouco além da conjuntura política imediata. Que falta nos faz um
Plano de Metas, ou as Reformas de Base ou, ainda, um Plano Real. Se fôssemos
nos referir a homens públicos, sentimos a falta de figuras como Luiz Carlos
Prestes, Giocondo Dias, Gregório Bezerra, San Thiago Dantas, Roberto
Morena, Marechal Teixeira Lott, Ulysses Guimarães Renato Archer e Itamar
Franco, por exemplo. Entre os pensadores, escritores e artistas, poderíamos
citar Astrojildo Pereira, Josué de Castro, Villa-Lobos, Tarsila do Amaral,
Mário de Andrade, Milton Santos, José Paulo Paes, Alceu Amoroso Lima, Alberto
Passos Guimarães, Nelson Werneck Sodré, Ferreira Gullar, Caio Prado Júnior,
Edison Carneiro, Enio Silveira, Oscar Niemeyer, Darcy Ribeiro, Cláudio Santoro,
Graciliano Ramos, Djanira, Di Cavalcanti, Cecília Meireles, Anisio Teixeira,
Athos Bulcão, Guimarães Rosa e tantos outros.
O que houve com o nosso país? Confesso a
minha perplexidade.
Se o regime militar desmantelou a ação dos
estadistas e formuladores que atuaram, sobretudo, nos anos 50 e 60, a geração
que despontou no bojo da abertura política tampouco recolheu o seu legado. E a
mediocridade passou a dominar, essa é que é a verdade.
A redemocratização nos frustrou e está mais
do que na hora de refundar o Brasil. Nós últimos 40 anos, tivemos um
presidente que golpeou a Constituição para se reeleger, já ao final do seu
primeiro mandato. Legislou em causa própria. E não só: acompanhamos o processo
de dois outros presidentes impichados. Mais: três ex-presidentes foram presos e
um tornado inelegível - e agora portador de tornozeleira eletrônica em
casa.
Se os fatos alinhados acima não possuem o poder de nos alertar para a extensão do nosso desmoronamento, eu sinceramente não saberia mais o que dizer.
*Ivan Alves Filho, historiador.
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