terça-feira, 9 de dezembro de 2025

Criptomoedas: a magia do Natal para bancários desempregados, por Aylê-Salassié Filgueiras Quintão*

Embora propague-se que o País está vivendo um momento de pleno emprego, procurando-se emplacar uma taxa de 5,4 % para dar uma certa visibilidade contábil à política trabalhista, na área bancária vive-se a angústia da dúvida sobre “Como será o Natal dos futuros desempregados ou o que podem esperar de 2026? A resposta, pouco alvissareira, pode até ser adiada por causa do ano eleitoral que se inicia, mas, segundo o ex-presidente do Banco Central, o economista Roberto Campos Neto, "O sistema financeiro do Brasil está passando por uma revolução silenciosa". Poucos percebem. Chegou a calar o Presidente Lula, quando quis demiti-lo por causa de uma taxa de juros que não alcançava 15% aa. É como está agora. As mudanças introduzidas no Sistema Financeiro são estruturais. Envolvem inovações tecnológicas e a incorporação da Inteligência Artificial, essas mesmas que vai, aos poucos, colocando na rua da amargura milhares de bancários, fechando centenas de agências, trocando-as por transações digitais e moedas virtuais. 

Nem todos tem a sorte, a coragem ou disposição da paulista Ana Silva, 28 anos, e- gerente consultora bancária. Ao fazer suas projeções de futuro, preferiu recusar um aumento de salário de 30% do seu Banco, para tornar-se milionária com a ajuda da Inteligência Artificial. Na função de consultora bancária, ao questionar    um cliente sobre a origem do saldo tão gordo na conta, descobriu, com ele, a fórmula de aplicar no mercado das criptomoedas. A princípio ficou intrigada, mas terminou seguindo os conselhos do cliente e, em um tempo muito curto, ganhou R$12.5 milhões de reais, investindo US$ 250,00.  A IA oferece alternativas às pessoas comuns de construírem fortunas rapidamente ou, no mínimo, aquecerem os rendimentos de forma que permitam cobrir as contas domésticas. Mas será que os nossos gerentes bancários, agora em processo de demissão, estão preparados para ingressar nesse mercado das criptomoedas?! Tenha calma! Não se deixe encantar pela beleza da Ana. O endereço para saber como ela fez está abaixo. Não o perca de vista**

Conforme Campos, o Sistema Financeiro Brasileiro caminha para uma grande transformação:  "a migração para uma economia tonizada", com vistas a torná-lo não apenas mais competitivo, mas também mais eficiente e inclusivo. A inovação tecnológica, antes vista como uma ameaça, passou a ser interpretada pelo BC como   ferramenta poderosa para democratizar o acesso às transações financeiras. A partir de 2019 elevou o número de clientes ativos de 81 milhões para 163 milhões de pessoas. No campo da pessoa jurídica, o salto foi ainda mais significativo: pulou-se de 3,5 milhões para 13,7 milhões a partir da gestação de novos modelos de negócio e serviços personalizados. Metade dos municípios brasileiros nunca teve uma agência bancária. A inclusão digital os alcançou.  

Pelo novo modelo, os bancos e as tais fintes - empresas que usam a tecnologia para oferecer serviços financeiros de forma inovadora, simples e digital - o mesmo que "bancos digitais -, realizando pagamentos online, crédito e investimentos dos clientes de maneira acessível e desburocratizada.  O BC está tentando bancar um mercado mais aberto. Tende a acabar também com essa história de "venda casada", em que, na liberação de um crédito, o Banco exige a contratação de seguros, títulos da capitalização, planos assistenciais e serviços similares. Esses serviços passarão a ter sua autonomia no sistema. 

"Tokenização"  é o nome da magia. Vem de "token", um símbolo ou ficha ´que   referência um item tecnológico e funciona como representante digital de um ativo, seja investimento, dinheiro ou imóvel, por meio de um "blockchain”, este uma tecnologia que armazena dados em blocos distribuídos em uma rede, e os usa para validar qualquer alteração realizada. O registro se dá via tecnologia conhecida como DLT, na sigla em inglês. A "tokenização" é, portanto, o processo que transforma um bem ou direito em uma representação, chamada de "token digital" registrado e negociada numa rede "blockchain".  

O Banco Central do Brasil percebeu que não podia ignorar mais essas tendências. Introduziu o PIX - código pelo qual o cliente diretamente movimenta seus ativos, é considerado um sucesso. O ex-presidente do Banco Central informa ainda que o BC está desenvolvendo sua própria moeda digital, o "Durex" (o Real Digital) sem a necessidade de substituir o dinheiro físico, nem o PIX. Diz ele que é parte do esforço global para modernizar o sistema financeiro e garantir transações mais rápidas, seguras e acessíveis. As contas do Governo vão chegar lá, inclusive o Orçamento. O Real Digital ainda está em fase de testes, mas promete revolucionar o mercado de pagamentos no Brasil, permitindo transações mais ágeis, principalmente no comércio eletrônico, serviços financeiros e transferências internacionais, tornando as transações mais rápidas e acessíveis para qualquer pessoa com acesso à internet. 

Os céticos ficam assustados.  Quando começou a aparecer o dinheiro virtual com lucros pessoais estratosféricos para o aplicador, o sistema financeiro, que já fazia analogicamente operações virtuais (créditos escriturais), preocupou seus dirigentes. Agora são eles que entram no circuito, tendo de enfrentar, não mais os assaltos a carros fortes, aos bancos, a loterias, mas a especialistas digitais em transações financeiras. Num click transferem-se milhões de uma conta à outra, liquida-se uma dívida, ou se assina um contrato, em tempo real, em qualquer parte do mundo. O Sistema global digitalizado não registrou até então fraudes. A única grande ação fraudulenta usando tecnologia digital ocorreu na China: uma mulher, Zhimin Qian, lesou 128.000 pessoas e fugiu para o Reino Unido.   A operação resultou na apreensão de um volume enorme de criptomoedas. 

É isso que, supostamente, o presidente Lula anda intuindo como uma "nova moeda" e falando por aí, provocando a irritação do Presidente dos Estados Unidos. Entre as novas moedas está o BTC (bitcoin:  primeira moeda digital a aparecer) , cujo valor é equiparado ao do ouro no mercado. A outra, o USDT (Tether), tem seu valor atrelado ao dólar. A tecnologia está dando forma às possibilidades mágicas do Natal.

 *Jornalista e professor

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