Folha de S. Paulo
A imagem do dinheiro de Sóstenes tem o mesmo
efeito da foto que derrubou a candidatura de Roseana Sarney
Deputados presos, cassados, fugitivos e envolvidos
em desvios integram um pacote de infortúnios para a direita
Em abril de 2002, uma foto de dinheirama apreendida pela Polícia Federal pôs a pique a candidatura à Presidência da então governadora do Maranhão, Roseana Sarney, pelo PFL. Ela subia nas pesquisas, despontava como favorita. A partir do flagrante no escritório do marido, Jorge Murad, seu nome despencou até a inevitável renúncia.
Roseana tentou se explicar, o partido alegou
perseguição por parte do então governo Fernando
Henrique Cardoso para favorecer José Serra, candidato do PSDB,
no fim o dinheiro foi devolvido, mas as imagens falaram mais alto.
A Operação Lunus, de 23 anos atrás, nesse
aspecto, guarda semelhança com a Galho Fraco, que agora produziu a fotografia
dos R$ 430
mil num saco de lixo entocado no armário do flat brasiliense do
líder do PL na
Câmara, Sóstenes
Cavalcante.
Aposta do partido de Jair Bolsonaro para
concorrer ao Senado pelo Rio de Janeiro, Sóstenes está fora desse páreo. Terá
sorte se conseguir se reeleger deputado com o peso dos pacotes de notas nas
costas. A depender do resultado das quebras de sigilos impostas a ele e ao
companheiro de bancada Carlos Jordy, pode perder também a liderança.
São mais dois expoentes da política
fluminense a integrar o pacote de infortúnios da direita local, na mesma quadra
em que o presidente da Assembleia Legislativa é preso, afastado do cargo e
engatado a uma tornozeleira eletrônica. Rodrigo Bacelar (União-Brasil) ainda
responde a processo por abuso de poder nas eleições de 2022, junto com o
governador Claudio Castro (PL).
Para completar os dissabores do partido do
ex-presidente, foram cassados os deputados Eduardo Bolsonaro (SP), Carla
Zambelli (SP) e Alexandre
Ramagem (RJ). Os dois últimos condenados; ela, presa na Itália;
ele, fugitivo nos Estados Unidos.
E ainda há o aprisionamento desse campo à
candidatura presidencial de Flávio
Bolsonaro (PL-RJ), por medo de que o livramento do sobrenome
leve à derrota em 2026. Nesse ambiente, Lula (PT) se engrandece e, penhorado,
agradece.

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