quarta-feira, 10 de dezembro de 2025

Polos políticos concentram rejeição. Por Dora Kramer

Folha de S. Paulo

Lula e família Bolsonaro são campeões no ranking dos reprovados pela população, aponta o Datafolha

Candidatos menos conhecidos podem crescer, desde que se mostrem melhores que os famosos ao eleitor

Projeções de voto a nove meses da eleição obviamente não retratam o que sairá das urnas. As medidas de rejeição, contudo, dão uma pista. Mostram como o eleitorado vê os presumidos pretendentes.

olhar captado pelo Datafolha não é nada bom para os nomes mais representativos das torcidas em disputa nas duas últimas eleições. O presidente Lula (PT) e os Bolsonaros (todos do PL) lideram o ranking dos rejeitados.

Ocupam os cinco primeiros lugares Jair (45%), Luiz Inácio (44%), Flávio (38%), Eduardo (37%) e Michelle (35%) —estes são os percentuais dos eleitores que não dariam o voto a eles de jeito nenhum.
Pode ser que os índices reflitam o grau de conhecimento dessa turma. E pode ser também que traduzam o dito "quem não te conhece que te compre".

Um indicador mais preciso sobre preferência eleitoral seria o que combinasse conhecimento alto com baixa taxa de rejeição. O segundo batalhão de aspirantes e/ou cotados, exibem números negativos que variam entre 21% —Ratinho Júnior (PSD-PR) e Romeu Zema (Novo-MG)— e 18% —Ronaldo Caiado (União-GO)—, passando por 20% de Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP).

A pesquisa não mediu o quanto cada um dos citados é conhecido do público, mas é natural que o time composto por governadores não tenha, nesta altura, influência nem prestígio nacionais comparáveis aos da turma do, digamos, primeiro escalão.

Um dado significativo: 50% dos pesquisados dizem que não votariam em alguém indicado pelo ex-presidente. A ausência de informação semelhante sobre indicações de Lula se deve ao fato de o atual mandatário não ter concorrentes a desafiá-lo em seu campo.

No recorte espontânea da pesquisa, 60% ainda não sabem em quem votariam ou optariam pelos votos brancos e nulos. Portanto, os pouco conhecidos, em tese, têm espaço para crescer.

Ou não, a depender do que ofereçam quando a campanha eleitoral sair do campo das elucubrações do mundo político e passar a fazer parte da vida real dos brasileiros descontentes com as mercadorias em exposição.

 

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