terça-feira, 9 de setembro de 2008

Em qual Lula acreditar?


Ricardo Noblat
DEU NO BLOG DE NOBLAT

Qual Lula você prefere?

O que disse ontem no Rio de Janeiro, durante a solenidade de abertura da Semana da Academia Internacional de Televisão:

- Os leitores, a audiência são plenamente capazes de separar o joio do trigo, a informação da desinformação, a notícia da campanha, a verdade da eventual manipulação. Os telespectadores ou leitores são críticos implacáveis e juizes muito severos.


- Quem não os trata com respeito e não demonstra consideração por sua inteligência, termina por perder credibilidade. Por isso estou entre os que acham que não há nada melhor contra eventuais excessos cometidos por qualquer órgão de imprensa do que mais liberdade de imprensa.

Ou o Lula que aconselhou o ministro Gilmer Mendes, segundo notícia do jornal O Estado de S. Paulo, a censurar as transmissões ao vivo das sessões do Supremo Tribunal Federal? Esse Lula acha que as sessões devem ser gravadas, editadas e só depois transmitidas.

Há Lulas para todos os gostos e ocasiões - disso sabemos há longos cinco anos e pouco. O próprio admitiu que não passa de uma metamorfose ambulante.

Política só se faz com alta dose de realismo.

É compreensível que uma vez eleito, o sujeito assuma o cargo e conclua que determinadas idéias que defendeu não se sustentam quando confrontadas com mais informações de que passou a dispor. Ou que não podem se materializar porque carecem de apoio para isso no Congresso.

Coisa bem diferente é o político que alcança o poder e renuncia a valores e princípios que parecia sustentar até então. O respeito aos direitos humanos é um valor, por exemplo. O respeito à liberdade de imprensa, outro. Justiça social é mais um - e por aí vai.

Quando se trata de valores e princípios universalmente aceitos em sociedades que se pretentem democráticas, não se pode tolerar a existência de dois Lulas - um para consumo público e outro para manobras sujas de bastidores.

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