terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Partido controlará R$151 bilhões em 2009

Cristiane Jungblut
DEU EM O GLOBO


Sigla comanda Legislativo, seis ministérios e estatais do setor de energia e comunicações

BRASÍLIA. Com seis ministros no governo Lula e mais as presidências da Câmara e do Senado, o PMDB administra um orçamento de R$151 bilhões, segundo a lei orçamentária de 2009 aprovada pelo Congresso. Só o ministério da Saúde, com o ministro José Gomes Temporão à frente, tem o maior orçamento da Esplanada, R$59,52 bilhões. O partido controla ainda o Ministério da Defesa, com Nelson Jobim, que teve sua verba aumentada no governo Lula ano após ano e em 2009 chegou a R$51,38 bilhões. O Ministério de Minas e Energia, com o senador Edison Lobão (MA), controla R$7,1 bilhões, sem contar os recursos das cobiçadas estatais do sistema elétrico, também sob influência do partido.

O ministro Geddel Vieira Lima (BA), que patrocinou a adesão do PMDB da Câmara ao governo Lula, administra um orçamento de R$12,96 bilhões (incluindo os fundos constitucionais) no Ministério da Integração Nacional, que tem entre suas principais atribuições a revitalização e transposição do Rio São Francisco.

No Congresso, o presidente da Câmara, Michel Temer (SP), vai administrar uma verba de R$3,5 bilhões, enquanto o senador José Sarney (AP) tem um orçamento de R$2,7 bilhões. No latifúndio do PMDB, há ainda os ministérios das Comunicações, do senador Hélio Costa (MG), com R$6,27 bilhões, e da Agricultura, com Reinhold Stephanes, com R$7,64 bilhões. Para o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), o espaço da sigla no governo é compatível com sua condição de maior partido do país:

- O PMDB tem um espaço importante no governo, porque corresponde ao seu tamanho e qualidade, e vamos continuar assim até 2010.

O poder do PMDB também é forte nas estatais, onde os recursos para investimentos são vultosos e são separados do orçamento dos ministérios. O grupo Eletrobrás tem no orçamento global de investimentos R$7,2 bilhões. Seu presidente, José Antonio Muniz Lopes, foi indicado por Sarney. Somente a Eletronorte, que integra o Grupo Eletrobrás, presidida por Lívio Assis - nomeado com as bênçãos de Sarney e do deputado Jader Barbalho (PA) - tem verba de R$600 milhões para investir em 2009. Já Furnas, cujo presidente, Carlos Nadalutti Filho, foi indicado por Hélio Costa, investirá R$1,6 bilhão.

No sistema Petrobras, o PMDB indicou vários diretores e controla diretamente a Transpetro, com Sérgio Machado, indicado pelo líder, senador Renan Calheiros (AL). Para investimentos em 2009, a Transpetro tem R$807,7 milhões. Nas Comunicações, os Correios tem orçamento de investimentos de R$770 milhões. Já a Infraero, ligada à Defesa, tem verba de R$1 bilhão para investimentos. Além de seis ministérios e do Legislativo, o PMDB tem seis governadores, o maior número de prefeituras e a presidência de várias assembleias legislativas nos estados.

No Executivo, o espaço do PMDB é equivalente, em termos de orçamento, ao do partido do presidente Lula, sem considerar o Ministério da Previdência, com R$239,9 bilhões.

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