quarta-feira, 18 de março de 2009

FMI prevê retração na economia mundial de 0,6% este ano

Juliana Rangel
DEU EM O GLOBO

Bolsas de NY e SP, porém, sobem com alta de 22% na construção de casas nos EUA. Petrobras avança 2,91%

WASHINGTON, NOVA YORK e RIO. O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que a economia global se contraia 0,6% este ano. Teresa Ter-Minassian, consultora do diretor-gerente do Fundo, Dominique Strauss-Kahn, disse a jornalistas que o novo número deve ser anunciado em breve. A última estimativa oficial do organismo, divulgada em janeiro, apontava crescimento global de 0,5%. Segundo Teresa, os Estados Unidos terão retração de 2,6%. A estimativa anterior era de -1,6%. A projeção para a zona do euro piorou, de queda de 2% para 3,2%, e a retração prevista para o Japão passou de 2,6% para 5%. Até agora, o FMI só havia divulgado que esperava a produção econômica global "abaixo de zero". Strauss-Kahn chamou a desaceleração atual de "Grande Recessão".

Mas as projeções pessimistas do FMI não abalaram os mercados americanos. O Dow Jones, principal índice da Bolsa de Nova York, fechou em alta de 2,48%, e o Nasdaq, 4,14%. O S&P, mais amplo, avançou 3,21%. Os investidores preferiram se concentrar na alta de 22,2% na construção de casas em fevereiro, em relação ao mês anterior, para 583 mil unidades. Foi o maior salto mês a mês desde 1990 e o primeiro aumento desde abril do ano passado. Em relação a fevereiro de 2008, porém, houve queda de 47,3%. A inflação no atacado também ficou abaixo do esperado: 0,1% em fevereiro, contra expectativa de 0,4%.

Impulsionada pela alta dos mercados americanos, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) voltou a subir com força ontem. O Ibovespa, seu principal indicador, teve ganho de 2,34%, fechando aos 39.510 pontos. O dólar se valorizou 0,35%, a R$2,285.

Pela manhã, a Bolsa chegou a cair 1,36%, influenciada pela queda das ações da Vale, de 2,58% na mínima do dia. Os papéis sofreram diante de notícias negativas para o setor: a Rio Tinto, maior mineradora do mundo, afirmou não ver possibilidade de recuperação do preço do minério de ferro este ano. Além disso, a Nucor, maior siderúrgica americana, alertou que poderá ter prejuízo neste primeiro trimestre.

À tarde, com a alta nos EUA, as ações da Vale recuperaram o fôlego e fecharam com ganhos de 1,27%. As da Petrobras subiram 2,91%, em função da recuperação de preços do petróleo.

Entre os destaques do dia também estiveram os papéis ordinários (ON, com direito a voto) de Perdigão (7,18%) e os preferenciais (PN) de Sadia (4,56%). Investidores esperam que seja fechada a fusão ou aquisição entre as duas empresas. Elas informaram que já mantiveram conversas nesse sentido, mas não chegaram a um acordo. As ações ON da Sadia, com menor liquidez, subiram 7,81%. (Juliana Rangel, com agências internacionais)

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