Leandra Peres
Sheila D"Amorim
Da Sucursal De Brasília
DEU NA FOLHA DE S. PAULO
O debate no governo sobre a redução no rendimento da caderneta de poupança está dividido. Os técnicos da equipe econômica consideram pouco viáveis as propostas que querem garantir rendimentos mais altos aos pequenos poupadores, solução que é tida como preferencial nas avaliações políticas sobre a mudança.
A saída recomendada pelos técnicos é manter o atual sistema de remuneração da caderneta de poupança, mas reduzir o valor referente à taxa de juros, que é fixado em lei e que precisa de aprovação do Congresso para ser mudado.
Dessa forma, a TR -indexador calculado a partir dos juros pagos pelos bancos a seus clientes- continuaria corrigindo a poupança, como atualmente. Mas o juros anuais de 6% cairiam, diminuindo o ganho final dos poupadores.
Para evitar uma queda brusca no rendimento da aplicação, os técnicos envolvidos na discussão trabalham numa fórmula que permita suavizar a perda dos poupadores no curto prazo. Dessa forma, em vez de o corte na taxa de juros de 6% ao ano gerar uma perda repentina, que seria sentida de um mês para outro, a intenção é fazer com que ela seja diluída ao longo de um período determinado.
Apesar de o tema ser considerado como "emergencial" para parte da equipe econômica, há receio dentro do governo em mudar as regras da poupança num período em que o presidente Lula prepara a sua sucessão. Na sexta, o ministro da Comunicação Social, Franklin Martins, disse que novas regras estarão valendo já em junho.
Teme-se a repercussão que mudanças nas regras de remuneração da caderneta terá, sobretudo, entre a população de menor renda. Além do uso político da oposição, que já vincula um ajuste na forma de correção da aplicação ao confisco do Plano Collor, na década de 1990.
No entanto, a discussão sobre o rendimento da poupança vem ganhando fôlego à medida que avança a queda na taxa Selic, referência de juros para toda economia. Desde setembro, o Banco Central já reduziu os juros em 3,5 pontos percentuais, para 10,25% ao ano.
Com isso, cria-se um problema no mercado financeiro. Os fundos de investimento, que têm rendimento próximo à taxa de juros e pagam imposto sobre esses ganhos e taxa de administração, passam a render menos do que a caderneta de poupança. Isso estimula a migração nos investimentos, um movimento que pode até prejudicar a venda de títulos da dívida do governo.
A proposta da área técnica, no entanto, não é a única. A preferida da área mais política do governo, incluindo assessores diretos de Lula, é criar rendimentos diferenciados.
Os pequenos poupadores receberiam juros mais altos, e os depositantes com saldos mais elevados teriam taxas menores. Além de criar distorções e discriminar os investidores, essa alternativa estimularia saídas alternativas, como a abertura de várias contas de baixo valor.
Outra possibilidade é fixar um percentual da taxa de juros de mercado como correção dos depósitos na poupança.
DEU NA FOLHA DE S. PAULO
O debate no governo sobre a redução no rendimento da caderneta de poupança está dividido. Os técnicos da equipe econômica consideram pouco viáveis as propostas que querem garantir rendimentos mais altos aos pequenos poupadores, solução que é tida como preferencial nas avaliações políticas sobre a mudança.
A saída recomendada pelos técnicos é manter o atual sistema de remuneração da caderneta de poupança, mas reduzir o valor referente à taxa de juros, que é fixado em lei e que precisa de aprovação do Congresso para ser mudado.
Dessa forma, a TR -indexador calculado a partir dos juros pagos pelos bancos a seus clientes- continuaria corrigindo a poupança, como atualmente. Mas o juros anuais de 6% cairiam, diminuindo o ganho final dos poupadores.
Para evitar uma queda brusca no rendimento da aplicação, os técnicos envolvidos na discussão trabalham numa fórmula que permita suavizar a perda dos poupadores no curto prazo. Dessa forma, em vez de o corte na taxa de juros de 6% ao ano gerar uma perda repentina, que seria sentida de um mês para outro, a intenção é fazer com que ela seja diluída ao longo de um período determinado.
Apesar de o tema ser considerado como "emergencial" para parte da equipe econômica, há receio dentro do governo em mudar as regras da poupança num período em que o presidente Lula prepara a sua sucessão. Na sexta, o ministro da Comunicação Social, Franklin Martins, disse que novas regras estarão valendo já em junho.
Teme-se a repercussão que mudanças nas regras de remuneração da caderneta terá, sobretudo, entre a população de menor renda. Além do uso político da oposição, que já vincula um ajuste na forma de correção da aplicação ao confisco do Plano Collor, na década de 1990.
No entanto, a discussão sobre o rendimento da poupança vem ganhando fôlego à medida que avança a queda na taxa Selic, referência de juros para toda economia. Desde setembro, o Banco Central já reduziu os juros em 3,5 pontos percentuais, para 10,25% ao ano.
Com isso, cria-se um problema no mercado financeiro. Os fundos de investimento, que têm rendimento próximo à taxa de juros e pagam imposto sobre esses ganhos e taxa de administração, passam a render menos do que a caderneta de poupança. Isso estimula a migração nos investimentos, um movimento que pode até prejudicar a venda de títulos da dívida do governo.
A proposta da área técnica, no entanto, não é a única. A preferida da área mais política do governo, incluindo assessores diretos de Lula, é criar rendimentos diferenciados.
Os pequenos poupadores receberiam juros mais altos, e os depositantes com saldos mais elevados teriam taxas menores. Além de criar distorções e discriminar os investidores, essa alternativa estimularia saídas alternativas, como a abertura de várias contas de baixo valor.
Outra possibilidade é fixar um percentual da taxa de juros de mercado como correção dos depósitos na poupança.
Quando o governo divulga que pretende alterar o rendimento da caderneta de poupança, que é sabiamente estabelecido em lei, pelo legislador, exatamente para proteger a poupança nacional contra a especulação financeiro, dando mais estabilidade ao sistema financeiro, demonstra que não tem mais interesse em preservar um sistema financeiro estável, o qual tanto nos protegeu na atual crise, incentivando de forma irresponsável os Brasileiros a deixarem de fazer poupança. O Presidente LULA declara abertamente que poupança não é investimento e que deve apenas proteger o capital aplicado da inflação, ou seja, quem faz poupança deve deixar o seu dinheiro de graça para os Bancos movimentarem e ganharem os seus lucros nas costas dos poupadores. Na verdade a intenção do governo é forçar o Brasileiro que precisa fazer poupança aplicar suas economias em fundos de investimento os quais não dão nenhuma garantia ao poupador, pois no ato da aplicação os gerentes dos Bancos, inclusive Bancos públicos, Banco do Brasil e Caixa, apresentam um documento onde o aplicador issenta o Banco de qualquer responsabilidade por perdas na aplicação, ou seja, o Banco só embolso os lucros, os prejuizos são do poupador. Com essa politica o governo LULA pode fazer com que muitos Brasileiros percam suas suadas economias adquiridas, na maioria das vezes, fazendo poupança durante toda uma vida para ter algum recurso nos dias difíceis pois, neste pais, quem não é Grande Empresário ou alto funcionário público com
ResponderExcluirseus empregos e aposentadorias integrais garantidas, necessita ter uma poupança segura e incentivada pelo governo. O que o governo LULA está fazendo é terrorismo. Isso é muito perigoso para uma nação como o Brasil, onde ainda temos uma sociedade muito desigual e injusta.
Essa politica do governo LULA de desestimular as aplicaçoes seguras, incentivando os brasileiros para aplicarem em fundos de investimento, que para serem atrativos mesclam títulos do governo com papeis de mercado como açoes, é uma irresponsabilidade, podendo levar alguns brasileiros que necessitam fazer poupança segura a terem sérios prejuizos. Na atual crise podemos perceber o que aconteceu com as aplicaçoes em bolsa de valores. É muito estranho que um governo, que afirmou que as economias dos brasileiros teêm que ser protegidas da especulaçao agora esteja jogando os brasileiros para um mercado financeiro de alto risco. Porque isso está acontecendo? Porque aderir ao sistema de investimentos de altos riscos praticado nos Estados Unidos? Será porque agora o LULA é o cara?
ResponderExcluirEssa é a hora do Brasil mostrar criatividade fortalecendo o seu sistema de captaçao de recursos financeiros através do incentivo ao investimento responsável evitando copiar sistemas de paises como os Estados Unidos baseado em fortes especulaçoes e riscos em bolsa de valores. Chega de sermos submisos ao
sistema da especulaçao em bolsa de valores. Vamos valorizar o investimento responsável, ou o governo quer ver as economias poupadas pelos brasileiros perdidas na especulaçao financeira nas bolsas de valores? Será que esse é o socialismo que o PT quer para o Brasil, ou será que o PT abandonou o socialismo?