quarta-feira, 10 de junho de 2009

Brasil foi lento na reação contra a crise e PIB não crescerá este ano, diz Fiesp

Andrea Vialli
DEU EM O ESTADO DE S. PAULO

A queda de 0,8% no PIB do Brasil e de 3,1% no desempenho da indústria no primeiro trimestre de 2009 não surpreenderam o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf. "Lamentavelmente, nós já esperávamos um crescimento negativo. A indústria já vinha sentindo isso no dia a dia. Já é o segundo trimestre consecutivo de queda forte" afirmou Skaf.

O presidente da Fiesp disse acreditar na melhoria do cenário nos próximos trimestres, o que não se deve traduzir, no entanto, em crescimento do PIB em 2009. "Para que a gente tenha crescimento zero em 2009, nós teríamos que crescer, nos próximos três trimestres do ano, 1,7%, em média. Isso foi o que crescemos no terceiro trimestre de 2008, quando as coisas estavam indo muito bem", disse Skaf. "Teríamos de registrar três trimestres consecutivos iguais àquele, em média, para dar um crescimento zero. Ora, a realidade de julho, agosto e setembro de 2008 não é a de hoje."

Nas contas de Skaf, é mais realista pensar na queda de 1% no PIB no fim de 2009. Na avaliação do líder da indústria paulista, o Brasil foi lento ao administrar o remédio contra a crise, especialmente em relação às taxas de juros. "No final do ano passado, o PIB brasileiro caiu 3,6% e nós estávamos com uma Selic de 13,75%, o juro mais alto do mundo", afirmou.

Segundo Skaf, a atual taxa de 10,25% não configura um cenário propício para a retomada da economia. "Medidas como a desoneração do IPI foram corretas, mas insuficientes. Nove meses já se passaram, está nascendo o filho da crise."

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