sexta-feira, 17 de julho de 2009

Retração em São Paulo foi de 15,06% em junho

Paulo Justus
DEU EM O ESTADO DE S. PAULO

A queda na arrecadação federal em São Paulo foi mais acentuada que a média do País. Relatório apresentado ontem pela Receita Federal mostrou que os R$ 21,2 bilhões arrecadados em junho no Estado representam uma queda real (descontada a inflação) de 15,06% em relação ao mesmo período do ano passado. No primeiro semestre, o recuo foi de 8,17% comparado a igual período de 2008.

De acordo com o superintendente da Receita Federal em São Paulo, Luiz Sérgio Fonseca Soares, a queda maior na arrecadação se deve ao alto grau de industrialização do Estado. "Também sofremos uma redução da carga tributária neste ano, ao contrário do que ocorreu em 2008", disse.

As informações foram repassadas em coletiva de imprensa anunciada às pressas pela Receita ontem, dois dias depois da demissão da secretária do órgão, Lina Vieira. De acordo com Soares, a divulgação dos resultados já estava prevista antes da demissão da secretária.

O superintendente paulista, que foi colocado no cargo por Lina em setembro do ano passado, negou que o evento para os jornalistas fosse um ato de desagravo à ex-secretária. "Admiro muito a atuação de Lina Vieira, mas o trabalho é mais importante que as pessoas",afirmou, acrescentando que coletivas nunca foram realizadas antes por falta de condições técnicas.

Soares também negou a existência de pressões internas na Receita para a nomeação do substituto da secretária. "Não cabe a nós aprovar ou desaprovar o nome do secretário da Receita. Isso seria deslealdade institucional", disse.

Desde que assumiu o cargo, Soares concentrou a atuação da fiscalização nos grandes contribuintes, conforme diretrizes de Lina Vieira. Como resultado, os créditos das fiscalizações das grandes empresas em São Paulo subiram de R$ 1 bilhão no primeiro semestre de 2008 para para R$ 2,8 bilhões nos primeiros seis meses de 2009. Já os créditos provenientes da autuação de contribuintes pessoa física caíram de R$ 702 milhões para R$ 254 milhões nas mesmas bases de comparação.

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