domingo, 27 de setembro de 2009

Aécio volta a cobrar recursos

Gabriela Freire
DEU NO CORREIO BRAZILIENSE


Durante encontro nacional do PSDB para discutir a sucessão presidencial, governador mineiro reclama novamente da falta de repasse de dinheiro da Lei Kandir

Natal — A concentração de receita nas mãos do governo federal e o ressarcimento aos estados exportadores pelas perdas decorrentes da Lei Kandir foram a tônica do discurso do governador de Minas Gerais, Aécio Neves, durante seminário nacional do PSDB, realizado ontem, em Natal, no Rio Grande do Norte. Segundo o tucano, além da falta de sintonia entre o Palácio do Planalto e os estados, a má repartição dos recursos gera “ineficiência e desvios”.

“É absurda, crescente e perversa a concentração de receita nas mãos da União. Hoje, mais de 70% do que se arrecada no Brasil ficam nas mãos da União. Estamos deixando de viver na federação para viver em um estado unitário, o que é extremamente grave”, destacou. Os governadores pedem a inclusão no orçamento do ano que vem de um repasse de R$ 5,2 bilhões referentes à Lei Kandir — R$ 3,9 bilhões para 2010 e R$ 1,3 bilhão retroativo a 2007.

O governo federal já sinalizou apenas com a inclusão dos R$ 3,9 bilhões na proposta do ano que vem. Na semana passada, foram a Belo Horizonte representantes da Comissão de Orçamento do Congresso Nacional, que prometeram interceder ao Ministério do Planejamento para que as solicitações dos governadores de todo o país possam fazer parte da peça orçamentária. Os parlamentares ainda visitarão outros estados.

Na sexta-feira, Aécio conversou com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, sobre o assunto. “Se alguém acha que a não colocação desses recursos prejudica os estados, é um erro. Prejudica o setor exportador, que é extremamente importante para a economia, para a balança comercial”, argumentou.

Série de encontros

A capital do Rio Grande do Norte sediou mais um evento da série promovida pela direção nacional do PSDB com o objetivo de discutir as eleições do ano que vem. Participaram do encontro os dois pré-candidatos do partido à Presidência da República, Aécio Neves e o governador de São Paulo, José Serra. Os tucanos mostraram total sintonia ao afirmar que ainda é cedo para a definição de nomes e que a “ansiedade” pela escolha é maior no bloco governista.
“Quem tem pressa é o governo. Nós não temos pressa. Somos governantes e temos que governar o Brasil. Quem tem pressa não governa e a nossa responsabilidade é com a administração pública. Ainda temos muito tempo pela frente”, afirmou o governador José Serra.

A proposta é de que o nome apoiado pelo partido seja aquele que tiver mais viabilidade eleitoral ao objetivo tucano de eleger um presidente da República depois de oito anos de gestão do PT. “Eu sou o plano B do Aécio e Aécio é meu plano B”, destacou Serra

Compareceram ao seminário nacional do PSDB lideranças de São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Espírito Santo, Paraíba, Maranhão e Rio Grande do Norte. Esse foi o quarto evento regional realizado pelo PSDB nacional, que já percorreu Aracaju (Sergipe), João Pessoa (Paraíba) e Foz do Iguaçu (Paraná).

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