quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Cauteloso, Zelaya exige ''restituição imediata''

Wilson Pedrosa e Roberto Simon
DEU EM O ESTADO DE S. PAULO

Com o avanço nas negociações, o clima tenso que costuma prevalecer na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa, onde o presidente deposto Manuel Zelaya está abrigado, deu lugar a um otimismo cauteloso. Questionado pelo Estado sobre quanto tempo levará para retornar à cadeira de presidente caso haja um acordo hoje, Zelaya optou pela prudência. "Primeiro é preciso saber mesmo se haverá um acordo. Esta é a grande questão e será decidida amanhã (hoje)", afirmou com um tom sereno.

Zelaya voltou a elogiar a atuação da diplomacia brasileira diante da crise em Honduras, distribuindo afagos ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao chanceler Celso Amorim e ao assessor para assuntos internacionais da presidência, Marco Aurélio Garcia. "O Brasil demonstrou ser uma enorme democracia. Suas declarações contra a ilegalidade do golpe foram muito contundentes", disse Zelaya.

O presidente deposto desmentiu rumores de que teria concordado em retornar ao poder apenas após as eleições de novembro. A restituição, argumentou, deverá ser imediata.

Na embaixada, corria ontem à noite o boato de que o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, estaria a caminho de Tegucigalpa. A informação não foi confirmada. Mas ela dá mostra do ar de otimismo, raro e comedido, na missão brasileira.

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