quinta-feira, 12 de novembro de 2009

“Escolha do PSDB não influirá Jarbas”

DEU NO JORNAL DO COMMERCIO (PE)

Senador Sérgio Guerra afirma que definição dos tucanos – sobre candidato presidencial – não terá influência na decisão de Jarbas sobre disputa estadual

Cecília Ramos


Presidente nacional do PSDB, o senador Sérgio Guerra disse ontem ter “acertado os ponteiros”, em conversa reservada com o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) no domingo passado, na casa do peemedebista. Mas o tucano evitou entrar em detalhes sobre os critérios que o peemedebista usará para definir se disputa ou não a eleição de 2010 contra o governador Eduardo Campos (PSB). Apesar de saber da preferência de Jarbas pelo governador de São Paulo, José Serra, em detrimento ao de Minas Gerais, Aécio Neves, para disputar a Presidência da República, Guerra sustentou que “o nome que o partido escolher” não interferirá na decisão do peemedebista.

“A questão de Jarbas não é se o candidato é Aécio ou Serra. Ele se entende mais com o Serra, mas a questão é outra. É com ele (Jarbas) e o PMDB, ele e o tempo dele”, soltou Guerra. “Mas nesse momento combinei que não posso falar nada sobre isso”, completou. O tucano, para quem Jarbas é o nome das oposições ao governo, disse acreditar que “Jarbas sempre cresceu na adversidade”. “Ele é o nome mais forte das oposições no Estado e sabe dessa responsabilidade. Tudo foi conversado e o foco agora é definirmos o nacional (Aécio ou Serra)”.

Em entrevista à Rádio Jornal, ontem, Guerra voltou a enaltecer a “maior capacidade de aglutinar” de Aécio Neves e que este seria também “mais amplo politicamente” que Serra porque tem a simpatia de dois partidos da base política do presidente Lula: PTB e PP. “Isso é verdade.
Não é estratégia nossa inflar Aécio. Do mesmo jeito que eu disse que um em cada três brasileiros já decidiu votar em Serra”, reiterou o senador tucano. Guerra insiste não ter preferência, cumprindo seu papel de dirigente, mas é mais próximo de Aécio. Os dois se encontraram ontem à noite em Brasília.

DÚVIDA

Sérgio Guerra negou que suas declarações favoráveis a Aécio tenham causado “ciúme” ou acirrado ânimos internamente no seu partido. E rechaçou especulações de que o governador de São Paulo não estaria decidido a disputar a Presidência. Ao contrário. “Minha luta hoje é justamente buscar entendimento entre eles (Serra e Aécio). E eles vão se entender, só que o nosso tempo é urgente”. Guerra disse ainda que a decisão passará por “questões objetivas”, mas não quis detalhar. Afirmou apenas que “não é só pesquisa que será considerada”.

José Serra e Jarbas jogaram para março o prazo para anunciarem seus destinos políticos. Mas alguns motivos fazem a oposição ter pressa: a campanha antecipada da pré-candidata do PT à Presidência, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), a organização da oposição nos Estados e o ultimato dado por Aécio Neves, no início deste mês, para que o PSDB defina até dezembro seu candidato à sucessão do presidente Lula. Caso contrário, vai disputar o Senado. “Não estamos trabalhando com essa hipótese. Isso de Senado é outro momento”, esquivou-se Guerra, que tentará trazer os dois presidenciáveis tucanos ao Estado ainda este ano.

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