quinta-feira, 12 de novembro de 2009

'Nunca antes na História'

DEU EM O GLOBO

Serra e líderes da oposição criticam

BRASÍLIA e SÃO PAULO. O apagão elétrico levou ontem a oposição, na Câmara e no Senado, a propor a convocação imediata do ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, e também da chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, apontada como a mãe do marco regulatório do sistema energético brasileiro. Enquanto os governistas tentavam minimizar o problema, atribuindo a queda de energia a problemas climáticos, os oposicionistas aproveitaram para fazer discursos recheados de críticas à atual gestão — sempre buscando colar Dilma ao apagão.

— Nunca antes na História deste país tivermos um apagão de tamanha proporção.

Deve-se, com certeza, ao brilhantismo da primeira ministra de Minas e Energia, que pilotou esse processo de organização do sistema elétrico — provocou o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE).

— Suponho que esse apagão é apenas a ponta do iceberg.

Produto de um marco regulatório defeituoso, que foi comandado há cerca de cinco anos pela ministra Dilma, inibindo investimentos públicos e privados — reforçou o líder do DEM, José Agripino (AM).

Em São Paulo, O governador José Serra, pré-candidato do PSDB a presidente, criticou a falta de investimento do governo federal no setor elétrico.

— O sistema mostrou-se vulnerável. Precisamos saber as causas, mas é indiscutível ver que o sistema mostrou-se vulnerável. Paralisar todas as turbinas de Itaipu é um fato inédito na nossa História. Pegar quase a metade da carga elétrica do Brasil é um fato inédito também. O que se tem de fazer é corrigir isso.

Serra contou que há um ano e meio enviou um ofício ao Ministério de Minas e Energia destacando sua opinião sobre os investimentos mais importantes: — O que se quer também agora é saber o que aconteceu.

O governo federal deve trazer essa explicação.

Até agora não há uma coerência nessas explicações, não há entendimento a respeito delas. Itaipu diz uma coisa, o ONS diz outra, e o ministério, outra. E estamos sem saber o que aconteceu — disse ele.

Líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR) defendeu Dilma: — O que aconteceu foi um acidente. Dilma ainda não faz chover ou trovejar. Ela é a mãe do PAC e não do tempo.

Para o líder do PT, senador Aloizio Mercadante (SP), Lobão deve comparecer ao Congresso, mas não Dilma

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