sábado, 21 de novembro de 2009

Serra foca PMDB e procura Geddel e Requião

DEU NA FOLHA DE S. PAULO

Governador paulista falou com o ministro da Integração Nacional na quarta e se reuniu com seu colega do Paraná na quinta

"Se Lula conversa com Serra, por que Geddel não poderia conversar?", argumenta um aliado do ministro, que nega a reunião com o governador


Catia Seabra

Apesar de avançada a costura da aliança do PT com o PMDB, o governador de São Paulo e potencial candidato à Presidência, José Serra (PSDB), intensifica o assédio a peemedebistas.

Na quarta-feira, o tucano conversou com o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (BA), em Brasília.

Na Bahia, Geddel tem reafirmado sua disposição de disputar as eleições contra o atual governador do Estado, o petista Jacques Wagner.

Segundo aliados de Geddel -entre eles, o deputado estadual Arthur Maia (PMDB)-, a tendência é dividir com Wagner o palanque da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) no Estado. Mas não está descartada uma articulação com o PSDB.

"Se o presidente Lula conversa com Serra, por que Geddel não poderia conversar?", argumentou Arthur Maia. Geddel (que teme retaliações do governo) nega o encontro com Serra.

"No dia em que for encontrar o Serra será no restaurante mais badalado de São Paulo. Qual é?", reagiu Geddel. Ministro e governador chegaram, no entanto, a programar um almoço na quarta-feira, quando Geddel esteve em São Paulo para a abertura do Seminário Internacional de Defesa Civil.

Como não puderam almoçar, cogitaram viajar juntos, às 16h, no avião do governo de São Paulo, para Brasília. Geddel, no entanto, embarcou às 15h, após liberação de avião da FAB (Força Aérea Brasileira).

Serra e Geddel se encontraram na noite de quarta-feira, em Brasília, após jantar em comemoração ao aniversário do presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE).

Aliança com o DEM

Na conversa, Geddel teria reiterado o interesse de concorrer ao governo da Bahia, descartando a hipótese de disputar o Senado numa aliança com o democrata Paulo Souto na cabeça de chapa.

Integrantes do DEM chegaram a sugerir um acordo em favor de Geddel, hoje terceiro na pesquisa. Mas a negociação fracassou. Na oposição, a ideia é ganhar tempo até que se clareie o cenário na Bahia.

Na quinta-feira, Serra se reuniu com o governador do Paraná, Roberto Requião, um dos críticos da aliança com o PT.

Em reuniões com o PMDB de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, Requião chegou a propor o anúncio de candidatura própria para a Presidência. A expectativa é que seu nome seja lançado durante encontro programado para hoje com presidentes estaduais do PMDB.

Em Curitiba para uma palestra, Serra telefonou para Requião. Em retribuição, o governador antecipou o retorno de uma viagem ao interior do Estado para recebê-lo na capital.No Paraná, o PSDB tenta construir uma aliança com o PMDB, oferecendo a Requião uma vaga para o Senado.

Hoje, dois tucanos disputam o direito de concorrer ao governo: o prefeito de Curitiba, Beto Richa, e o senador Álvaro Dias. Resistente a Osmar Dias (PDT), Requião insiste no lançamento de candidato do PMDB ao governo. A decisão do PSDB será em janeiro.

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