terça-feira, 26 de janeiro de 2010

PSDB quer esvaziar palanque de Dilma no PR

DEU EM O ESTADO DE S. PAULO

Cúpula sai a campo para evitar que Osmar Dias feche aliança com PT

Julia Duailibi

Depois de ter avançado na formatação de um palanque no Rio de Janeiro, a direção do PSDB entrou em campo para tentar evitar que a disputa interna no Paraná prejudique a campanha do provável candidato do partido à Presidência, o governador de São Paulo, José Serra.

A questão mais urgente é evitar que o senador Osmar Dias (PDT), pré-candidato ao governo do Paraná, feche uma aliança com o PT, o que garantiria um palanque forte para a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff ? até agora os petistas estão sem candidato no Estado, e a principal aposta é na vaga ao Senado com Gleisi Hoffmann.

Osmar Dias almoça na quinta-feira com a ministra em Brasília, o que acendeu o sinal vermelho no PSDB. O senador foi procurado por caciques tucanos e se reunirá com a direção do partido nos próximos dias. Para esvaziar o palanque de Dilma no Estado, os tucanos apostam na incompatibilidade histórica entre Dias e o PT local.

"A nossa prioridade é a eleição no Estado, não apenas formar um palanque para a candidatura presidencial", declarou o senador, cortejado tanto pelos petistas como por tucanos.

A operação no Paraná, no entanto, terá de ser cirúrgica. A temperatura política por lá subiu tanto nos últimos dias, que a direção do PSDB começou a agir de forma cautelosa para não melindrar os dois pré-candidatos tucanos ao governo do Estado: o senador Álvaro Dias, irmão de Osmar, e o prefeito de Curitiba, Beto Richa.

Os dois estão se digladiando nos bastidores pela indicação. O medo é que a situação política no Estado acabe causando um racha entre os tucanos que inviabilize a formação de um palanque forte na eleição.

"Temos de buscar o máximo de diálogo possível para evitarmos a ruptura no próximo dia 8", afirmou o deputado Gustavo Fruet. No dia 8 de fevereiro, o diretório estadual do partido se encontra, e a expectativa é que Richa seja aclamado pré-candidato ? estimativas apontam que o prefeito tem mais de 30 dos 45 integrantes do diretório.

Mas o ideal para os tucanos seria um entendimento com Osmar Dias, esvaziando o palanque de Dilma. Como o senador diz que não abre mão da candidatura, hoje isso só seria possível com uma intervenção da direção do PSDB no Estado, sufocando as duas outras pré-candidaturas saída vista como traumática e que encontra restrição na própria Executiva Nacional. É com o argumento da "soma" que Álvaro Dias tem trabalhado. Além de contar com a simpatia da ala do PMDB do governador Roberto Requião, tem a seu favor o fato de ser irmão de Osmar. Os dois tentam evitar a disputa um contra o outro, e tucanos apostam que Osmar desistiria a favor de Álvaro, embora não haja nenhuma sinalização neste sentido.

No ano passado, Serra esteve no Paraná. Teve conversas com Requião ? que trabalha para se lançar ao Senado ? e com tucanos locais. Nos últimos dias, no entanto, o governador evitou colocar a mão no vespeiro, segundo dirigentes do PSDB, alegando que o partido não definiu a candidatura presidencial.

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