segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Contra o Plano Real, Lula sofre a segunda derrota

DEU NO JORNAL DO COMMERCIO (PE)

Até seis meses antes das eleições de 1994, Lula era o favorito absoluto a ascender ao Palácio do Planalto. A essa altura, Itamar Franco já era o presidente da República e seu ministro da Fazenda, o senador Fernando Henrique Cardoso (SP), idealizava um plano que revolucionaria a economia brasileira: o Plano Real.

A nova moeda estabilizou a economia e praticamente destruiu o maior dos fantasmas dos brasileiros, a inflação. Observando a popularidade do plano e do ministro crescerem, os petistas não tiveram dúvidas sobre que estratégia usar para tentar se manter à frente na corrida presidencial: bater no plano e em seu criador. O cenário começou a mudar. Fernando Henrique inverteu a tendência lulista e conseguiu uma vitória esmagadora (55% dos votos válidos) ainda no primeiro turno.

Hoje, petistas têm opiniões diversas sobre a estratégia do partido na disputa. “Aquilo foi um erro. Lula estava à frente nas pesquisas e se desidratou por conta de oposição feita ao Plano Real, ao que a população queria, que estava sentindo concretamente o aumento no seu poder aquisitivo. E o candidato a presidente do partido estava contra aquele programa. Ali foi, talvez, o maior equívoco que o PT teve”, diz o deputado Maurício Rands.

Para Jorge Perez, “não é que tenha havido um equívoco, o País vinha num processo de Plano Cruzado, Plano Bresser, Plano Verão, planos e planos cada vez mais mirabolantes”, lembra. “E era mais um plano que claramente tinha a intenção de eleger um presidente da República. Tinha todo um verniz de ser um plano como os outros. Não foi um plano como os outros, é evidente que não”.

Quatro anos depois, já tendo Brizola como vice, Lula tentou mais uma vez derrotar Fernando Henrique Cardoso na disputa presidencial. Perdeu novamente no primeiro turno.

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