terça-feira, 2 de março de 2010

Perda para o PT

DEU NO ESTADO DE MINAS

Patricia Aranha

Uma eventual candidatura do governador Aécio Neves (PSDB) à Presidência da República iria embaralhar o xadrez da sucessão. A maior perda para a candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), poderia vir do partido que se comprometeu a compor chapa com o candidato a vice-presidente, o PMDB. Para garantir o maior número de palanques estaduais, o PSDB abriria mão da candidatura ao governo de Minas e apoiaria o ministro das Comunicações, Hélio Costa (PMDB). O Planalto também perderia o apoio do PSB nos estados, já que o mais cotado para candidato a vice-presidente é o deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE). Com ele na chapa, os tucanos pretendem dividir o eleitorado do Nordeste que, a cada pesquisa de intenção de voto, mostra-se mais disposto a eleger a candidata do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Um alto cacique do PMDB garante: se Aécio for candidato, dois terços dos diretórios peemedebistas estarão com ele. A decisão de Aécio de sacrificar a candidatura do vice-governador Antônio Anastasia (PSDB) em Minas seria tomada como o compromisso de que o PSDB tratará o PMDB como aliado de primeira hora numa eventual vitória tucana, mesmo que a cúpula do partido esteja com Lula.

Os tucanos que articulam a opção Aécio também apostam que desembarquem da candidatura Dilma aliados do governo como o PDT e o PP, que já haviam acenado com essa possibilidade antes de Aécio ter anunciado que havia optado pela candidatura ao Senado.

Minas Sem um candidato do PSDB ao governo de Minas, o PT precisaria rever seu posicionamento. Hoje, boa parte dos petistas, pressionados pelo Planalto, já admitem abrir mão da candidatura própria ao Palácio da Liberdade, em nome de uma composição com o PMDB. Se perderem o aliado para os tucanos, a legenda correria o risco de ficar isolada, repetindo a performance das últimas campanhas estaduais. Não restaria alternativa ao PT senão adotar um discurso de forte oposição ao PSDB, garantindo o palanque para Dilma no estado, a despeito da grande popularidade de Aécio.

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