domingo, 11 de abril de 2010

Não temos problema com o nosso passado

DEU EM O GLOBO

Tucano faz defesa das gestões do PSDB, da democracia, do crescimento do país e da honradez

A seguir, os principais trechos do discurso de Serra:

HONRA: Honestidade, verdade, caráter, honra, coragem, coerência, brio profissional, perseverança são essenciais ao exercício da política e do poder. É nisso que eu acredito e é assim que eu ajo e continuarei agindo.É com base neles que também reafirmo: o Brasil, meus amigos e amigas, pode mais.

AVANÇAR MAIS: Nos últimos 25 anos, o povo brasileiro alcançou muitas conquistas. (...) Não foram conquistas de um só homem ou de um só governo, muito menos de um único partido. (...) E nós somos militantes dessa transformação, protagonistas mesmo, contribuímos para essa história de progresso e de avanços do nosso país. Nós podemos nos orgulhar disso. E, se considerarmos os avanços em outros países e o potencial do Brasil, uma conclusão é inevitável: o Brasil pode ser muito mais do que é hoje.

DEMOCRACIA: Mas, para isso, temos de enfrentar os problemas nacionais e resolvê-los, sem ceder à demagogia, às bravatas ou à politicagem. Começando pelo apreço à democracia representativa, que foi fundamental para chegarmos onde chegamos. Devemos respeitá-la, defendê-la, fortalecê-la. Jamais afrontá-la.
ORGULHO DO PASSADO: Contribuímos para essa história de progresso e de avanços do nosso país. Nós podemos nos orgulhar disso. Não temos problema com o nosso passado, não temos mal-entendido com o nosso passado.

UNIÃO: De mim, ninguém deve esperar que estimule disputas de pobres contra ricos, ou de ricos contra pobres. Ninguém deve esperar que joguemos estados do Norte contra estados do Sul, cidades grandes contra cidades pequenas, o urbano contra o rural (...). E é deplorável que haja gente que, em nome da política, tente dividir o nosso Brasil. Não aceito o raciocínio do nós contra eles. (...) Quero ser o presidente da União.

TRAJETÓRIA PESSOAL: Sou filho de imigrantes (...). A liderança no movimento estudantil me fez conhecer e conviver com todo o Brasil logo ao final da minha adolescência.

FAMÍLIA: Lembro-me do meu pai, um modesto comerciante de frutas no mercado municipal: 12 horas de jornada de trabalho nos dias úteis (...). Um homem austero, severo, digno. Carregava caixas de frutas para que um dia eu pudesse carregar caixas de livros.

ESTADO MÍNIMO/SEGURANÇA: Saúde é vida, segurança também. Por isso, o governo federal deve assumir mais responsabilidades face à gravidade da situação. E não tirar o corpo fora porque a Constituição atribui aos governos estaduais a competência principal nessa área. (...) Se tem área em que o Estado não tem o direito de ser mínimo, de se omitir, é a segurança pública.

GUERRA CONTRA O CRIME: As bases do crime organizado estão no contrabando de armas e de drogas, cujo combate cabe às autoridades federais. Ou o governo federal assume de vez, na prática, a coordenação efetiva dos esforços nacionalmente, ou o Brasil não tem como ganhar a guerra.

IMPUNIDADE: Eu quero que meus netos cresçam num país em que as leis sejam aplicadas para todos. Se o trabalhador precisa cumprir a lei, o prefeito, o governador e o presidente da República também têm essa obrigação. Em nosso país, nenhum brasileiro vai estar acima da lei, por mais poderoso que seja.
INVESTIMENTOS: Lembro que os investimentos governamentais no Brasil, como proporção do PIB, ainda são dos mais baixos do mundo em desenvolvimento. Há uma quase unanimidade a respeito das carências da infraestrutura brasileira: no geral, as estradas não estão boas, faltam armazéns, os aeroportos vivem à beira do caos, os portos há muito deixaram de atender às necessidades.

CRESCIMENTO: Tem gente que vê essas carências apenas como um desconforto, um incômodo. Mas essa é uma visão errada. O PIB brasileiro poderia crescer bem mais , 50% mais, se a infraestrutura fosse adequada, se funcionasse de acordo com o tamanho do nosso país.

CARGA TRIBUTÁRIA: Para que o crescimento seja sustentado nos próximos anos não podemos ter uma combinação perversa de falta de infraestrutura, inadequações da política macroeconômica, carga tributária sideral, aumento da rigidez fiscal e vertiginoso crescimento do déficit do balanço de pagamentos.

ELEIÇÕES: Esta será uma caminhada longa e difícil. Mas manteremos nosso comportamento a favor do Brasil. Às provocações, vamos responder com serenidade; às falanges do ódio que insistem em dividir a nação vamos responder com nosso trabalho presente e nossa crença no futuro. Vamos responder sempre dizendo a verdade. Aliás, quanto mais mentiras os adversários disserem sobre nós, mais verdades diremos sobre eles.

PARTIDO DA BOQUINHA: O Brasil não tem dono. O Brasil pertence aos brasileiros que trabalham, que estudam, que querem subir na vida; aos brasileiros que não se deixam corromper; que não toleram os malfeitos; que não dispõem de uma boquinha; que exigem ética na vida pública porque são decentes; aos brasileiros que não contam com um partido ou com alguma maracutaia para subir na vida.

DIREITOS HUMANOS: O Brasil está cada vez maior e mais forte. Vamos usar essa força para defender a autodeterminação dos povos e os direitos humanos, sem vacilações. Direitos humanos não são negociáveis. Não cultivemos ilusões: democracias não têm gente encarcerada ou condenada à forca por pensar diferente de quem está no governo. Democracias não têm operários morrendo por greve de fome quando discordam do regime.

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