terça-feira, 8 de junho de 2010

PT nacional enquadra petistas de Minas e fecha apoio a Hélio Costa

DEU EM O GLOBO

Para Dutra, partido forte no estado é o "PL: Palácio da Liberdade"

Maria Lima e Adriana Vasconcelos

BRASÍLIA. Num clima descrito por petistas mineiros como de “velório”, o presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, formalizou ontem decisão do partido e da pré-candidata Dilma Rousseff de enquadrar o PT de Minas e forçar o apoio ao peemedebista Hélio Costa na disputa pelo governo do estado.

Assim, enterrou a pretensão do PT mineiro de lançar ao cargo Fernando Pimentel, exprefeito de Belo Horizonte e um dos coordenadores da campanha presidencial.

Com a decisão, fica garantida a realização da convenção do PMDB, sábado, para a formalização da aliança nacional entre os dois partidos em torno da candidatura Dilma.

PSB, PR e PRB devem apoiar Anastasia Ao final de um dia de longas e tensas reuniões, com participação direta de Dilma, Dutra anunciou que Pimentel será candidato ao Senado e que um nome do PT, ainda a ser escolhido, será o vice da chapa de Hélio Costa.

Dutra admitiu que Costa terá de liderar um processo de entendimento para atrair partidos da base que não se recusam a apoiá-lo, como já anunciaram apoio ao tucano Antonio Anastasia, candidato de Aécio Neves.

Por enquanto, apenas o PT, fraturado e abatido, e PCdoB garantiram trabalhar para Costa.

O PSB do prefeito Márcio Lacerda avisou que, sem o PT no páreo, apoiará Anastasia. O PR de Clésio Andrade também deve ir com o tucano, além do PRB.

— Estou indo para o velório.

Mas mesmo com a alma ferida, o PT vai trabalhar para tentar eleger Hélio Costa e Pimentel.

Mas o PSB, o PRB e o PR vão embora para o Anastasia — disse o deputado Reginaldo Lopes , presidente do PT de Minas, ao chegar para o anúncio.

— Não temos controle sobre o voto do eleitor. Se o eleitor mineiro vai de Dilmasia ou de Serrosta, quem pode controlar? Nós não vamos fazer campanha para o Anastadilma, mas a vontade do eleitor não tem controle — afirmou Dutra, referindose à possibilidade de o eleitor votar em Dilma e Anastasia ou em Serra e Costa.

Costa disse que vai negociar o preenchimento de sua chapa para tentar obter mais apoio: — Estamos em negociações avançadas que poderão redundar numa composição até mesmo na chapa majoritária. Até porque ainda temos uma vaga ao Senado e duas suplências, que podem ser destinadas aos partidos da base. Notadamente deveremos continuar a conversar com PR, PDT, PRB e PCdoB — disse Costa Segundo Dutra, será uma eleição muito difícil, porque o partido mais forte em Minas é o “PL: Palácio da Liberdade”, alusão ao peso de Aécio.

Mesmo um pouco abatido, Pimentel fez questão de participar do anúncio. Disse que não sabe se conseguirá compatibilizar sua campanha com a de Dilma.

— Não sei. Acho que é compatível, mas isso tem de ser discutido com a própria ministra Dilma e os companheiros de Minas para ver qual é a demanda de um e de outro. O importante é que tivemos um processo de debate cristalino, que está encerrado.

Nós fechamos a chapa da unidade PMDB/PT, que responde à necessidade do acordo nacional e é a chapa com a qual vamos vencer a eleição em Minas — disse Pimentel.

O presidente da Câmara e candidato a vice na chapa de Dilma, Michel Temer, garantiu a Dutra que 90% do diretório do PMDB vão homologar a coligação, no sábado.

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