sexta-feira, 2 de julho de 2010

Após faltar a debate, Dilma critica proposta de Serra sobre irrigação

DEU EM O GLOBO

Petista diz que tucano não conhece projeto de transposição do São Francisco

Dilma e Michel Temer participam de evento em Campinas, ao lado do prefeito Hélio de Oliveira Santos


Leila Suwwan

CAMPINAS (SP). Depois de recusar o convite para a sabatina de ontem na Confederação Nacional da Agricultura (CNA) com seus adversários, a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, rebateu as propostas e críticas do candidato tucano, José Serra (PSDB), e afirmou que ele não conhece o projeto de transposição do Rio São Francisco. A petista negou que tivesse fugido do debate e afirmou que factoides estão sendo usados para evitar a discussão de programas de governo.

Dilma não quis polemizar com o recém-indicado vice de Serra, o deputado federal Indio da Costa (DEM-RJ), que a desafiou para um debate e afirmou ter mais experiência do que ela. A petista disse que deseja uma discussão de alto nível e lançou seu próprio desafio:

- Eu quero discutir conteúdo. Meu negócio é discutir conteúdo - afirmou ela.

Candidata diz que governo dialoga com MST

Ela reagiu a críticas do tucano, em relação a investimentos em irrigação no Nordeste (Serra sugeriu que se aproveitem técnicas usadas em Israel) e sobre a relação do governo com o MST:

- Acredito que talvez o candidato Serra não saiba, em profundidade, em que consiste o projeto de integração da bacia de São Francisco - disse Dilma, em entrevista ontem em Campinas, onde participou de eventos promovidos pelo "Movimento Pluripartidário de prefeitos pró-Dilma Rousseff". - Sem desfazer da experiência de Israel, quero dizer que o Brasil está caminhando a passos largos para um projeto de irrigação pesada no Nordeste brasileiro. É um programa do PAC com investimento de cerca de R$6 bilhões.

A respeito da crítica sobre o uso do boné do MST, Dilma reiterou que o governo não apoia ilegalidades, mas dialoga com movimentos sociais.

- Sempre que o MST cometeu ilegalidades, deixamos clarinho que éramos contra - disse Dilma. - Qual é a melhor forma de tratar a questão? É solucionar os problemas que estão na origem do MST: a falta de terra e de renda desses produtores. De um lado não aceitamos ilegalidade. De outro, não deixamos de dialogar. O que não é possível é uma discussão sobre boné quando está em questão um setor produtivo imenso do país, a agricultura familiar.

Dilma negou que tenha fugido de debates e criticou o uso de factoides.

- Eu não conheço nenhum debate que esteja legal neste momento. Eu tenho comparecido a todos os debates dentro dos mesmos parâmetros que os demais candidatos estão comparecendo. Nestas eleições, a gente deve evitar factoides, que tiram o foco do debate consistente.

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