sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Artilharia pesada contra Cabral

DEU NO JORNAL DO BRASIL

Encontro entre candidatos ao governo do Rio de Janeiro marcado por troca de acusações. Principal alvo, governador teve dois direitos de resposta

Paulo Marcio Vaz

O debate de ontem entre os candidatos ao governo do estado do Rio, realizado pela TV Bandeirantes, foi marcado por uma enxurrada de acusações contra o candiato à reeleição, o governador Sérgio Cabral (PMDB), promovida por seus rivais Fernando Gabeira (PV), Fernando Peregrino (PR) e Jefferson Moura (PSOL). Logo no início, Peregrino deixou Cabral irritado ao lembrar que a primeira-dama do estado, Adriana Ancelmo, é advogada da Supervia e do Metrô, empresas concessionárias dos serviços de transporte público que, segundo Moura, prestam serviços precários e não são multadas. A citação do nome de Adrina rendeu a Cabral seu primeiro direito de resposta: Lamento que tenham ofendido minha mulher, uma advogada querida e respeitada por toda Ordem dos Advogados do Brasil rebateu o governador.

Fernando Gabeira foi o único dos opositores de Cabral que preferiu não falar sobre a primeira-dama.

Mesmo assim, não poupou críticas ao atual governo estadual, principalmente em relação à educação. Enquanto defendia melhor remuneração aos professores, Gabeira disse que um cabo eleitoral do governador ganha o dobro do salário de um professor.

O verde também foi alvo de críticas, principalmente por ter se aliado ao DEM e ao PSDB, partidos que, em nível nacional, são opositores do PV.Num determinado momento, Jeferson Moura chegou a chamar o rival do PV de ex-Gabeira. O verde respondeu: O ex-Gabeira não quer mais fazer a revolução socialista que chegou ao ponto em que chegou em Cuba e outros lugares.

O embate mais direto entre Gabeira e Cabral se deu quando o deputado questionou o governador sobre a questão da tragédia que se abateu em Angra dos Reis durante o Reveillon.

Acusado por Gabeira, Cabral deu a entender que não havia autorizado a ampliação de obras na região antes do Ano Novo. Gabeira, no entanto, insistiu, e chegou a dizer que ou eu estou mentindo ou ele. Em sua tréplica, Cabral admitiu ter assinado um decreto de ampliação, mas negou que a ação tivesse a ver com a tragédia.As poucas propostas de governo praticamente só ocorreram na hora das considerações finais.

Gabeira prometeu remunerar melhor os professores e investir no ensino médio. Peregrino disse que pretende construir 100 mil casas populares e reabilitar projetos sociais criados pelo ex-governador Anthony Garotinho. Cabral enumerou feitos do seu governo, como as UPPs UPAs, citando a candidata à Presidência pelo PT, Dilma Rousseff, que prometeu implementar UPAs pelo Brasil, caso eleita. Jefferson Moura disse que deseja implementar escolas em horário integral.

Falta de propostas O cientista político da Fundação Getúlio Vargas Fernando Weltman, ouvido pelo JB, lamentou a falta de propostas e o baixo nível do debate: Não foi como o debate presidencial. A opção pelo enfrentamento é um tiro que pode sair pela culatra, e faz com que o eleitor não tenha a chance de ouvir propostas analisa.

Quem estava indeciso, permanece indeciso.

Gabeira foi o único dos opositores de Cabral que preferiu não falar sobre a primeira-dama

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