sábado, 28 de agosto de 2010

Para Serra, versão da Receita é 'história da carochinha'

DEU EM O GLOBO

Dilma volta a dizer que acusação do PSDB é motivada pelo "desespero"

Fábio Vasconcellos e Cristiane Jungblut

RIO e BRASÍLIA. O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, ficou irritado com a versão dada ontem pela Receita Federal, que admitiu um balcão de venda de sigilos no órgão mas negou haver indícios da participação de grupos políticos no vazamento dos dados de tucanos: É história da carochinha.

Uma maluquice total.

Para o candidato do PSDB, foi uma armadilha para tentar prejudicá-lo nas eleições: Em todas as eleições, o PT procura fazer a mesma coisa.

Antes, teve o dossiê dos aloprados, e agora tem a quebra de sigilo e todo aquele dossiê que estavam fazendo, comandado pelo candidato ao Senado de Minas Fernando Pimentel, e que não deu certo (...). Não adianta usar de baixarias para querer me desgastar na véspera de eleição.

Isso não funciona. E, aliás, a tradição já está mostrando que vai contra aquele que faz esse tipo de ação. É um bumerangue, algo que volta contra eles.

Tucanos criticam aparelhamento do Estado Serra, que fez palestra para militares no Clube da Aeronáutico, no Rio, afirmou que o vazamento de dados fiscais é um crime contra a Constituição: A candidata Marina (Silva) tem toda a razão quando diz que, se esse pessoal faz isso na campanha, imagine no governo.

Quebra de sigilo é algo gravíssimo.

É a utilização do poder do governo contra indivíduos, sem que haja qualquer tipo de investigação por parte da Justiça.

Em Brasília, o líder do PSDB na Câmara, deputado João Almeida (BA), disse que é muito grave o uso de uma instituição do Estado para quebra do sigilo de quatro tucanos, dentro de um universo de 140 pessoas. Ele ironizou o fato de o PT ter ingressado na Justiça contra Serra, por este ter cobrado explicações sobre a quebra do sigilo: Não são eles que têm o hábito de fazer isso? A única diferença é que, agora, estão usando o aparelho de Estado, o que quer dizer que estão cometendo um crime de gravidade extrema.

Perguntado se o episódio mostra falta de controle dentro da Receita, Almeida respondeu: Não sei se é descontrole ou controle absoluto.

O senador Álvaro Dias (PSDBPR) disse que o aparelhamento do Estado no governo Lula serve, inclusive, para espionagem marginal de adversários: Trata-se de um comportamento fascista, que tem de ser repudiado independentemente de partido.

Em Salvador, Dilma voltou a afirmar que a ação do PSDB é uma tentativa de se construir um factoide, motivada pelo desespero. Os tucanos esperam mais explicações na terçafeira, quando está prevista a presença do corregedor-geral da Receita, Antonio Carlos DÁvila, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.

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