terça-feira, 21 de setembro de 2010

Dilma critica reportagem da Folha

DEU NA FOLHA DE S. PAULO

Fábia Prates

DO RIO - Em entrevista no Rio de Janeiro, a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, criticou reportagem publicada na edição de hoje da Folha que mostra que, segundo auditorias do Tribunal de Contas do RS, ela favoreceu uma empresa quando esteve à frente da Secretaria de Energia do Rio Grande do Sul e da Fundação de Economia e Estatística (FEE).

Segundo a reportagem, auditorias do TCE feitas entre 1991 e 2002 apontam favorecimento a uma empresa gaúcha que hoje recebe R$ 5 milhões da Presidência.

"Quero fazer um protesto veemente contra a parcialidade do jornal Folha de S. Paulo. Todas as minhas contas foram aprovadas, mas essa informação relevante não está na matéria", rebateu a candidata petista.

Em 1992, os auditores constataram que a fundação presidida por Dilma favoreceu a Meta Instituto de Pesquisas, segundo eles criada seis meses antes para vencer um contrato de R$ 1,8 milhão (valor corrigido). A empresa gaúcha foi a única a participar da concorrência devido à complexidade e falta de publicidade do edital. Ela foi contratada para uma espécie de censo econômico nos domícilios gaúchos.

Segundo a auditoria, a negociação entre a empresa e o órgão do governo foi sigilosa e nem sequer constou em ata os termos negociados:

"Conclui-se que as irregularidades cometidas no decorrer do procedimento licitatório vieram a favorecer a empresa Meta", diz o parecer.

Após ganhar outros negócios no governo gaúcho, a Meta prestou serviços ao PT, à Fundação Perseu Abramo, ligada ao partido, e obteve contratos mais vultuosos na esfera federal --via Ministério do Desenvolvimento Social e Ministério da Justiça.

Em 2008, a Meta conseguiu seu melhor contrato: foi vencedora de uma concorrência de R$ 5 milhões da Secretaria de Comunicação da Presidência para fazer pesquisa sobre a aprovação e o alcance de programas sociais do governo, hoje bandeiras da campanha de Dilma: PAC, Bolsa Família e Minha Casa, Minha Vida.

Acionado por uma concorrente, o Tribunal de Contas da União chegou a suspender o contrato, liberado em 2009. A suspeita foi de direcionamento do edital. A Secom foi advertida, e o contrato foi proibido de ser aditado por mais de 24 meses.

A reportagem publicada ouviu a assessoria de Dilma, que afirmou que "todas as contas foram aprovadas pelo TCE-RS".

Nota da Redação: A informação de que as contas de Dilma Rousseff foram aprovadas pelo TCE do Rio Grande do Sul consta da reportagem criticada pela candidata do PT à Presidência.

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