sábado, 18 de setembro de 2010

''Não pode ser encarado como algo natural'', afirma Serra

DEU EM O ESTADO DE S. PAULO

Antonio Carlos Garcia

O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, disse ontem, em Aracaju, que nenhum país vai para o primeiro mundo mergulhado em escândalos no coração do governo. A resposta foi dada após o tucano ser questionado sobre o caso que apura a conduta da ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra, que deixou o cargo quinta-feira sob acusações de tráfico de influência. "Isso não pode ser encarado como algo natural."

Serra cobrou a necessidade de providências, "não só na investigação, como também nessa eleição". Sem citar nomes, disse que o governo tem de ditar um padrão de comportamento ao nomear pessoas para sua composição. "Tenho 27 anos de vida pública, nunca nada disso aconteceu, porque você forma equipes com gente que conhece e você controla, o que é fundamental."

Em seu discurso, o tucano citou também o Bolsa-Família, programa de maior popularidade do governo Lula. "A decência é importante, também, que é para evitar que recursos do Bolsa-Família, Educação e Saúde sejam desviados para os bolsos de delinquentes de partidos e de campanhas eleitorais. Não é possível que isso continue acontecendo no Brasil e se ache isso natural."

Projetos. Questionado sobre os planos para o Nordeste, Serra disse não ter dúvidas de que a região precisa de obras estruturais do governo federal e criticou a lentidão das obras de duplicação da BR-101. Destacou a necessidade de se investir em formação profissional para os jovens e repetiu a promessa de elevar o salário mínimo para R$ 600 - segundo ele, o Brasil tem dinheiro suficiente para isso.

O presidenciável chegou a Aracaju com um atraso de quase três horas. Por conta disso, teve de cancelar uma caminhada pelo centro comercial da capital, substituída por uma carreata do aeroporto até a sede do partido, na zona sul da cidade.

Diversas lideranças foram recepcionar Serra no aeroporto, a exemplo do candidato do DEM ao governo do Estado, João Alves Filho. Mas alguns representantes importantes do PSDB de Sergipe não compareceram, como o candidato tucano ao Senado, Albano Franco, e a presidente do diretório estadual, Miriam Ribeiro.

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