sábado, 16 de outubro de 2010

E-mail da Petrobras é usado para a campanha de Dilma

DEU EM O GLOBO

Coordenador de Patrocínio convocou fornecedores para ato no Rio segunda-feira

Flávio Freire

SÃO PAULO. Mecanismos de comunicação da Petrobras continuam sendo usados em apoio à candidatura de Dilma Rousseff (PT) à Presidência. Segundo email enviado da caixa postal do coordenador de Patrocínio à Música e Patrimônio da estatal, Claudio Jorge Oliveira, ao qual O GLOBO teve acesso, fornecedores estão sendo convocados para participar de ato político a favor da campanha petista marcado para acontecer no Rio, na próxima segunda-feira.

Com título em letras maiúsculas, o funcionário convida os “caros amigos” a participar do evento. No corpo do documento, destaca a participação de artistas e intelectuais, liderados pelo cantor e compositor Chico Buarque, além dos escritores Leonardo Boff, Eric Nepomuceno e Fernando Morais e do sociólogo Emir Sader. Na ocasião, como destacado em negrito no e-mail, será entregue à candidata um manifesto de artistas e intelectuais pró-Dilma.

No e-mail, o funcionário pede a adesão à campanha do PT e faz um apelo: “Se você puder, divulgue o evento junto a seus amigos do Rio de Janeiro”.
Petrobras diz que prática é proibida A Petrobras informou que essa prática não é autorizada pela empresa: “O uso do correio eletrônico corporativo da Petrobras em atividades de caráter político-partidário é proibido por norma interna. O correio encaminhado pelo jornal foi repassado à área competente, que vai apurar o caso”.

O advogado Ricardo Penteado, que representa a candidatura presidencial do tucano José Serra, pretende entrar na Justiça contra o uso da estatal “para objetivos eleitorais”. Em relação à Petrobras, a guerra entre tucanos e petistas foi acentuada depois que Dilma acusou publicamente dirigentes do PSDB de quererem privatizar a empresa.

O presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, também usando o sistema interno de comunicação, entrou na campanha pró-Dilma para dizer que, se dependesse da gestão do presidente Fernando Henrique Cardoso, a companhia “morreria de inanição”.

Um dos coordenadores de campanha do PSDB, senador Álvaro Dias (PR), disse que a estatal está sendo usada como “patrimônio dos petistas”.

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