DEU NA FOLHA DE S. PAULO
DE BRASÍLIA - A conclusão da apuração interna da Casa Civil sobre o suposto tráfico de influência praticado pela ex-ministra Erenice Guerra e por ex-assessores da pasta, e a eventual punição aos envolvidos, não acontecerá antes de abril do ano que vem.
Desde 17 de setembro, a ex-braço direito da presidente eleita, Dilma Rousseff, e dois ex-assessores da pasta são investigados em uma sindicância instaurada pelo ministro Carlos Eduardo Esteves Lima.
A comissão responsável pela sindicância, porém, não tem poder punitivo. O que o grupo pode fazer é "sugerir" a abertura de um PAD (Processo Administrativo Disciplinar), este de caráter punitivo.
No entanto, esse processo, de acordo com as regras do estatuto do servidor, pode durar até cinco meses.
A decisão sobre a abertura de um PAD -uma réplica de um processo judicial- cabe ao ministro-chefe da Casa Civil. Há a possibilidade de que essa decisão fique para 2011.
Caso o PAD seja instaurado, novos prazos começam a contar, todos eles mais amplos que os da sindicância, que já sofreu duas prorrogações -a última não tinha amparo na lei que baseou a abertura da sindicância. Segundo um integrante da comissão, a prorrogação partiu de uma "interpretação jurisprudencial".
A maior punição administrativa possível para Erenice e os assessores é o impedimento de ocupar qualquer cargo na administração federal.
Ontem, o Senado rejeitou o convite para que Dilma e Erenice prestassem depoimento na Comissão de Constituição e Justiça sobre as denúncias.
Política e cultura, segundo uma opção democrática, constitucionalista, reformista, plural.
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