quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Governo barra convocação de Erenice

DEU EM O GLOBO

A base governista impediu, na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, a convocação da ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra para prestar esclarecimentos sobre tráfico de influência.

Base aliada impede ida de Erenice ao Senado

Já requerimento que pedia a convocação de Dilma Rousseff à Casa foi retirado antes mesmo de ser votado

Adriana Vasconcelos

BRASÍLIA. O governo barrou ontem na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado requerimento que a oposição pretendia aprovar para que a ex-ministra Erenice Guerra comparecesse à Casa, para esclarecer denúncias de tráfico de influência na Casa Civil. Convencido de que seria derrotado em outro requerimento para também convocar a presidente eleita, Dilma Rousseff, o autor da proposta, senador Álvaro Dias (PSDB-PR), atendeu a apelo do líder do PT, senador Aloizio Mercadante (SP). Dias retirou o requerimento sobre a convocação de Dilma, que não chegou a ser votado:

- Não há nenhuma razão para manter esse requerimento, pois não há possibilidade de sucesso - disse o tucano.

Na votação simbólica, a maioria governista derrotou o requerimento para convocar Erenice. Dias disse que a ideia da oposição era dar chance para que as ex-titulares da Casa Civil - Erenice e Dilma - dessem suas versões sobre as denúncias.

- Quando encaminhamos os requerimentos, estávamos em plena campanha. Muitos imaginaram que o nosso objetivo era eleitoral, mas não era. Tanto é que insistimos no convite, valoriza o Senado - explicou Dias.

Para o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), o objetivo principal da oposição continua sendo político. Jucá lembrou que a ex-ministra já havia sido demitida e que as denúncias estão sendo investigadas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público:

- Trazê-la aqui seria só tentativa de criar um fato político.

A PF enviou ontem à Justiça Federal os autos do inquérito sobre o suposto envolvimento de Erenice em tráfico de influência. A PF pede mais prazo para as investigações. O delegado Roberval Vicalvi interrogou 20 pessoas; na segunda fase da investigação, a polícia deverá intensificar a análise dos e-mails dos computadores de Erenice e outros envolvidos.

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