terça-feira, 9 de novembro de 2010

PT cobra de Cabral mais espaço no governo do Rio

DEU EM O ESTADO DE S. PAULO

Bruno Boghossian / RIO

Buscando ganhar espaço no governo do Rio, os seis deputados estaduais eleitos pelo PT se reuniram ontem com o governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) para cobrar maior participação do partido na elaboração das políticas públicas do Estado. Os petistas receberam do governador a promessa de que serão incluídos no processo de tomada de decisões, mas deixaram o encontro sem definições quanto ao novo secretariado.

Aliado de primeira hora na campanha de Cabral à reeleição, o PT exige novo tratamento no segundo mandato do peemedebista. Em 2006, a legenda lançou candidato próprio ao governo do Rio e só apoiou Cabral no segundo turno, recebendo, em troca, espaço tímido em sua gestão.

"O governador quer que o PT participe muito mais da elaboração das políticas públicas do governo", disse o deputado Carlos Minc. "Não tem sentido nós darmos sustentação ao governo e saber de suas mensagens apenas pelo Diário Oficial."

Durante almoço no Palácio Laranjeiras, residência oficial do governador, os parlamentares do PT se posicionaram como parceiros estratégicos nas votações da Assembleia Legislativa (Alerj). A bancada ganhou peso em outubro, passando de cinco para seis deputados, enquanto o PMDB perdeu sete cadeiras.

"A situação na Assembleia está mais dividida, mais complexa. O PMDB manteve a maior bancada, mas passou de 19 para 12 deputados. O PDT (aliado de Cabral), com 11 parlamentares, tem uma bancada muito heterogênea. E o PR, apesar de também ser heterogêneo, deve ser oposição, com 9 cadeiras", avaliou Minc.

Ele crê que, com seis parlamentares a partir de 2011, o PT chega à Alerj com mais força ao lado do governador, por apresentar bancada mais "homogênea", alinhada com programas de Cabral.

Na reunião, o governador informou aos petistas que apoia a indicação do deputado Paulo Melo (PMDB) à presidência da Alerj.

O PMDB não escolheu oficialmente seu candidato, mas o PT deve votar em bloco no nome apontado pelo partido de maior bancada - o próprio PMDB.

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