quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Jogo pesado para forçar negociação de cargos

Base aliada de Dilma estimula lançamento de dois candidatos contra Marco Maia na Câmara
Isabel Braga e Gerson Camarotti

BRASÍLIA. Faltando menos de uma semana para a eleição do presidente da Câmara, o Palácio do Planalto foi surpreendido ontem com duas candidaturas avulsas, alimentadas por setores da base aliada. Após sufocar três pré-candidaturas para assegurar a reeleição do deputado Marco Maia (PT-RS), o governo foi avisado de manhã da confirmação da candidatura do deputado Sandro Mabel (PR-GO). À noite, foi a vez de o PTB ameaçar com o lançamento da candidatura do deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP).

Três candidaturas aumentam a possibilidade de a eleição ser decidida só em segundo turno, o que o Planalto quer evitar.

Apesar de o PR ter desautorizado a candidatura de Mabel, houve forte movimentação nos bastidores de setores de praticamente todos os partidos governistas insatisfeitos com o loteamento de cargos para o segundo escalão. A candidatura Mabel seria uma forma de vender mais caro o apoio a Maia.

Apesar do favoritismo de Maia, atual presidente da Câmara, o governo não quer correr riscos. Para que as candidaturas avulsas sejam retiradas, o governo daria garantias para a composição futura do segundo escalão. Ao lançar sua candidatura, ontem, Mabel disse ter o apoio de 130 deputados e que trabalhará para conseguir mais:

- A partir de hoje entro na luta e vou ser o próximo presidente dessa Casa com muita fé em Deus. Gosto muito do Marco Maia, mas a candidatura dele é bancada pelo Executivo e é difícil ser independente assim.

À noite, Maia ouviu de Marquezelli que ele também deve entrar na disputa.

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