quarta-feira, 16 de março de 2011

Freire: governo usa BNDES para criar grandes conglomerados internacionais

Valéria de Oliveira

O deputado federal Roberto Freire (SP), presidente nacional do PPS, disse que a presidente Dilma Rousseff vem dando continuidade a uma política nociva empreendida no BNDES desde o governo Lula, “de usar o dinheiro do Tesouro para beneficiar grandes conglomerados brasileiros no exterior, como se fossem players internacionais”. O banco, diz ele, financia a compra de empresas fora do Brasil, “levando recursos brasileiros para gerar emprego e renda em outros países”.

Para Freire, essa prática é “um grave equívoco”. O deputado afirma que “se sabe que grande parte desses grupos eram identificados com o próprio governo (Lula) e a grupos a ele associados”. Segundo o parlamentar, não houve mais que 12 empresas que se beneficiaram dessa política. Ao mesmo tempo em que o governo retira dinheiro do Tesouro para a formação de “grandes capitalistas brasileiros (via BNDES), o que é uma distorção”, ele corta aporte de recursos em áreas como a ciência e tecnologia e em outros setores fundamentais para o desenvolvimento do país.

Recursos para o futuro

“Dilma libera R$ 55 bilhões para essa política do BNDES, enquanto faz cortes no Ministério da Ciência e Tecnologia, que é fundamental no campo das inovações, que significa uma boa política industrial para o Brasil do futuro; não sei se é por aí”, diz Roberto Freire. Entretanto, insiste, existe dinheiro para empresas que já receberam do BNDES “nababescamente” recursos no governo Lula, e com essas “o governo não tem nenhum pejo em transferir-lhes mais R$ 55 bilhões”.

Freire, no entanto, se diz contrário a cortes em investimentos. Ele se contrapõe à visão de mercado e preferiria que se adotasse uma política de juros “menos indecente”. “Isso pode significar uma diminuição dos gastos do governo com pagamento dos juros exorbitantes para o setor financeiro, uma economia muito mais significativo do que se cortar investimentos".

Na avaliação de Freire, o Brasil precisa continuar a buscar seu crescimento e, ao mesmo tempo, combater a inflação, usando outros elementos, diferentes do corte do investimento em setores tão vitais para o desenvolvimento do país. “Eu não entro nessa cantilena dos setores mais liberais da economia, muito adeptos do mercado e muito vinculados ao interesse do setor financeiro, o que não significa dizer que não tenha que haver contenção de gastos”. O deputado defende que a diminuição das despesas deve ser feita reduzindo a dívida interna “absurda”, o pagamento de juros ao setor financeiro, “que vem ganhando como nunca na história deste país”. “São questões de opções políticas”, finaliza.

FONTE: PORTAL DO PPS

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