terça-feira, 1 de março de 2011

Oposição diz que Dilma descumpriu promessas

Para eles, propostas de campanha eram "irreais"; aliados dão voto de confiança e falam em crescimento no próximo ano

Isabel Braga e Adriana Vasconcelos

BRASÍLIA. O avanço dos cortes orçamentários sobre o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), com o corte de R$5,1 bilhões nos investimentos destinados ao programa Minha Casa, Minha Vida, provocou críticas duras da oposição no Congresso Nacional. Para os oposicionistas, é mais um prova do "estelionato eleitoral" de Dilma, que prometeu reforçar o programa durante sua campanha presidencial. O corte também pegou de surpresa alguns integrantes da base aliada, mas a maioria dos governistas preferiu dar novo voto de confiança à presidente.

- Dilma descumpre promessas de campanha ao cortar no Minha Casa, Minha Vida. Isso mostra que as promessas feitas durante a campanha eram falsas e irreais. Os cortes afetam áreas essenciais e vitais da administração - disse o líder do DEM na Câmara, deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (BA).

Para o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), os cortes não surpreenderam:
- Chegou a conta da gastança do governo Lula e da irresponsabilidade fiscal do governo passado para eleger sua candidata à Presidência. E o povo é quem vai pagar. Se compararmos a violência dos cortes ao orçamento com as declaração da então candidata Dilma, durante a campanha do ano passado, de duas uma: ou ela não sabia da realidade do país ou ajudou a ocultar esse quadro.

O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) foi outro que lamentou os cortes no programa Minha Casa, Minha Vida. Na sua opinião, a tesoura do governo mais uma vez vai atingir a população mais necessitada do país.

O senador Paulo Paim (PT-RS) foi um dos governistas que lamentou o enxugamento dos recursos para a área habitacional de baixa renda:

- Não me incomodaria se o corte tivesse atingido as emendas parlamentares, mas que os investimentos do Minha Casa, Minha Vida fossem mantidos.

O deputado Vicentinho (PT-SP) preferiu não polemizar e dar um voto de confiança ao governo Dilma:

- Os cortes deste ano são para preparar o crescimento do país do ano que vem. Temos que crescer com segurança, sem pendências. Torço para que sejam medidas saneadoras, que garantam um crescimento musculoso, em vez de gorduroso.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso evitou críticas fortes ao corte:

- Se não tivesse havido um gasto a mais do que era conveniente, não seria necessário o corte. Qual a extensão? Não sei. Não estou criticando ninguém. Governar é assim mesmo, tem que fazer corte em certos momentos, é difícil - disse, depois de aula no Tribunal Regional Federal, em Brasília, a convite da Escola da Magistratura Federal.

Ele acabou expondo sua divergência em relação às críticas feitas na semana passada pelo ex-governador paulista e candidato derrotado do PSDB à Presidência, José Serra, ao governo Dilma Rousseff. Em entrevista ao GLOBO, Serra chegou a declarar que a presidente marchava para um "estelionato eleitoral".

- As eleições já passaram - disse o ex-presidente.
FONTE: O GLOBO

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