quinta-feira, 28 de julho de 2011

Em menos de um mês, 20 já caíram no Dnit

Com o pedido de demissão de Geraldo de Souza, feito ontem, restou apenas um dos sete diretores do órgão

Roberto Maltchik, André de Souza e Maria Lima
BRASÍLIA. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) terá em seus quadros, a partir de hoje, 25 dias após o início da crise que assola o setor de Transportes, apenas um dos sete diretores da sua estrutura formal. Ontem, o diretor de Infraestrutura Ferroviária, Geraldo Lourenço de Souza, que também acumulava a diretoria de Administração e Finanças, pediu demissão ao ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos. Em nota, o ministério afirmou que o pedido será encaminhado à Presidência da República.

Segundo o jornal "O Estado de S.Paulo", em sua edição de ontem, Geraldo de Souza é réu em uma ação penal em Tocantins, onde o Ministério Público o acusa de corrupção passiva e falsidade ideológica. De acordo com a promotoria, em 2003, quando era delegado titular da Delegacia Estadual de Crimes Contra os Costumes, Jogos e Diversões, ele integrou uma quadrilha responsável pela exploração de jogos de azar, recebendo semanalmente R$1.500 de um contraventor.

Outro executivo do Dnit, também alvo de denúncias sobre suposto favorecimento, deixa o órgão: Nilton de Brito, superintendente do Dnit em Mato Grosso, pediu demissão no mesmo dia que o seu padrinho político, o ex-diretor geral do órgão Luiz Antonio Pagot, e sua exoneração foi confirmada ontem.

A empreiteira Engeponte Construções, de Milton de Brito, irmão de Nilton, fechou contratos de R$26 milhões com o Dnit nos últimos dois anos. Os dois contratos foram assinados após processo de licitação, e Nilton alega que a empresa do seu irmão não foi favorecida, pois já existia antes de ele assumir o cargo.

Com Souza e Britto, agora já são 20 pessoas que saíram do Ministério dos Transportes e órgãos vinculados - Dnit e Valec - desde que vieram à tona, no começo do mês, denúncias de corrupção envolvendo a pasta.

Superintendente no Paraná está na mira

Citado nos bastidores do governo como um dos dirigentes regionais do Dnit que estariam na mira da faxina da presidente Dilma Rousseff, o superintendente no Paraná, José da Silva Tiago, também ligado a Pagot, divulgou nota ontem para afirmar que foi nomeado "para arrumar a casa depois de denúncias de irregularidades no órgão". Diz que, em momento algum, foi citado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) ou pela Controladoria Geral da União (CGU) por atos irregulares no Paraná, desde que foi empossado, em setembro de 2009, e mesmo em outras atuações de sua vida pública, "como servidor de carreira há 36 anos".

No acordão 1541/2011 do dia 08 de junho passado, o ministro Ubiratan Aguiar, do TCU, dá um prazo de 90 dias para que José Tiago corrija o superfaturamento das obras de duplicação e adequação do Contorno Norte de Maringá, na BR-376/PR. O prejuízo para o erário, segundo o TCU, é de R$10.591.840,93. O superintendente, porém, diz que as recomendações do TCU foram atendidas e que nenhum dos relatórios de fiscalização resultou em condenação até agora.

FONTE: O GLOBO

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