quarta-feira, 6 de julho de 2011

Marina quer fazer da saída do PV um evento

Encontro amanhã em São Paulo vai misturar público e líderes

Sérgio Roxo

SÃO PAULO. A ex-senadora Marina Silva quer fazer do evento em que anunciará seu desligamento do PV, amanhã, em São Paulo, um marco da nova forma de fazer política. Para isso, o encontro terá um formato diferente do que é comum nas atividades partidárias.

Em vez da mesa com autoridades de frente para a plateia, a reunião terá os líderes sentados no centro da sala, no meio do público. A palavra não ficará só com os líderes. Os participantes serão convidados a assumir o lugar central e expor o que pensam. O formato de encontro é chamado de "aquário".

Será nesse ambiente que Marina apresentará as razões para deixar o PV após um conflito de quase quatro meses com o presidente nacional da sigla, José Luiz Penna (SP), que ocupa o cargo há 12 anos. Marina exigia que o partido realizasse convenção para escolha de nova direção e aceitasse novos filiados.

- Queremos fazer algo diferente do que é comum na política tradicional - afirmou Maurício Brusadin, ex-presidente do PV de São Paulo e organizador do evento.

Mesmo com a saída da ex-senadora, parte do grupo de Marina deve continuar no PV. O objetivo é manter pessoas descontentes com o atual comando nacional do partido, incluindo parlamentares com mandato, para que elas tentem derrubar a Executiva Nacional.

Encontro segue modelo usado em empresas

O terapeuta Fábio Novo, do Movimento Marina Silva, grupo que se mobiliza pela internet para apoiar a ex-senadora desde os tempos do PT, é o responsável pela utilização do formato "aquário" na reunião:

- O objetivo é abrir um espaço para que as pessoas possam plantar a semente desse novo movimento que está surgindo.

Novo, que trabalha com coaching (treinamento para executivos), diz que o formato visa tornar o encontro dinâmico e participativo:

- É muito utilizado nas empresas nos momentos em que é necessário estimular a criatividade da equipe.

A expectativa é que Marina reúna entre 300 e 400 pessoas. O encontro deve contar com a participação do deputado federal Alfredo Sirkis (RJ) e do empresário Guilherme Leal, candidato a vice de Marina na eleição de 2010, além de integrantes do Movimento Marina Silva e de intelectuais que a apoiaram na disputa presidencial.

Não faz parte dos planos de Marina, neste momento, a criação de um novo partido. Uma nova legenda só surgiria em 2013 a partir desse movimento a ser liderado pela ex-presidenciável e que terá como bandeiras a cidadania e a sustentabilidade.

Aliados de Marina dizem que a forma de atuação do grupo não está totalmente definida, mas um dos planos é utilizar as redes sociais da internet.

FONTE: O GLOBO

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