quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Ibope: cai a aprovação ao governo Dilma


Pesquisa mostra que avaliação positiva da gestão passou de 56% para 48%

André de Souza e Chico de Gois
BRASÍLIA. Quase três meses após a revelação do enriquecimento do ex-ministro da Casa Civil Antônio Palocci e um mês depois do início da onda de denúncias no Ministério dos Transportes, a popularidade da presidente Dilma Rousseff sofreu o primeiro baque. Pesquisa do Ibope, encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e divulgada ontem, mostra que a avaliação favorável ao governo (soma de ótimo e bom) caiu para 48%; no levantamento anterior, em março, era de 56%. A aprovação da maneira de a presidente governar o país também diminuiu, de 73% em março para 67% em julho, assim como a confiança na presidente, que passou de 74% para 65% no mesmo período. Já a expectativa de que o governo Dilma será ótimo ou bom caiu de 68% para 55%.

Embora a maioria dos entrevistados continue considerando o governo Dilma melhor ou igual ao governo Lula, também cresceu o número dos que consideram o atual governo pior: esse índice saltou de 13% em março para 28% em julho. Os escândalos na área de Transportes, com 21%, e o caso da elevação patrimonial de Palocci, com 14%, foram os assuntos do governo Dilma mais lembrados pelos entrevistados.

Os líderes da base aliada adotaram a tática de minimizar os números da pesquisa. Líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP) disse não acreditar que a sucessão de denúncias de corrupção em órgãos do governo tenha contribuído para a queda da avaliação positiva. Ele disse que Dilma ainda é popular:

- Quiçá uma das mais populares do mundo. Que presidente tem essa aprovação no mundo? - disse Vaccarezza. - Qualquer presidente gostaria de ter só 12% de ruim e péssimo. Só Lula foi tão bem avaliado - afirmou, referindo-se ao fato de que a avaliação negativa dela passou de 5% para 12%.

Já o líder do PT na Câmara, Paulo Teixeira (PT-SP), completou:

- Ela está muito bem avaliada. De cada três entrevistados, dois aprovam o governo.

O levantamento mostra que, em nove áreas de atuação, o governo Dilma foi desaprovado em seis. A situação é pior nos quesitos impostos e saúde, com 69% de desaprovação. Completam a lista das áreas desaprovadas: segurança pública, taxa de juros, combate à inflação e educação. As áreas com aprovação maior são combate à fome e à pobreza e meio ambiente. Houve empate técnico (dentro da margem de erro) no combate ao desemprego.

A pesquisa mostra que a avaliação do governo Dilma é maior na Região Nordeste, onde 52% o consideram ótimo ou bom. O índice, no entanto, é pouco superior à avaliação nacional, em que 48% também julgam o governo bom ou ótimo. No Sudeste, essa taxa é de 47%; no Norte/Centro-Oeste é de 46%; e no Sul, de 45%. Quando o corte é feito por renda familiar, nível de instrução, faixa etária ou gênero, as diferenças também são pequenas. O governo Dilma apresenta uma aprovação maior nos municípios do interior e da periferia e nas cidades com até 20 mil habitantes.

A pesquisa ouviu 2.002 pessoas com 16 anos ou mais em 141 municípios entre 28 e 31 de julho, antes dos dois mais recentes casos envolvendo a ação de um lobista no Ministério da Agricultura e a prisão de funcionários do Ministério do Turismo. A margem de erro é de 2 pontos para mais ou para menos.

FONTE: O GLOBO

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