segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Presidente da OAB cobra saída de Novais


Para Ophir Cavalcante, permanência do ministro do Turismo no cargo estaria “comprometida” pelas denúncias de corrupção, que já derrubaram dois outros auxiliares

BRASÍLIA – O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Ophir Cavalcante, defendeu ontem o afastamento do ministro do Turismo, Pedro Novais. Ele comparou as denúncias de corrupção no Turismo às que derrubaram os ministros dos Transportes e da Agricultura. “Há um comprometimento muito forte do ministro do Turismo com a estrutura do ministério que está contaminado. O ideal seria que ele se afastasse do cargo”, sugeriu Cavalcante.

O líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR), também pediu no sábado que o ministro do Turismo deixe o cargo. “A situação de Pedro Novais é insustentável. Se ele se der ao respeito, deve entregar o cargo já”, afirmou. Segundo Bueno, o ministro confessou sua incompetência ao afirmar, em audiência na Câmara, que haviam irregularidades nos convênios de sua pasta. “E pior, admitiu que não fez nada para sanar a roubalheira”, disse.

O jornal Folha de S.Paulo revelou, no sábado, que uma emenda proposta por Pedro novais quando exercia o mandato de deputado federal pelo Maranhão vai beneficiar uma empreiteira-fantasma no município de Barra do Corda (MA). Ele destinou R$ 1 milhão para a construção de uma ponte na cidade sem potencial turístico. O município recebeu mais verba do que cidades como Jijoca de Jericoacoara, destino conhecido internacionalmente.

Há duas semanas, a Polícia Federal deflagrou a Operação Voucher que prendeu servidores do ministério, entre eles o ex-secretário-executivo Frederico Costa, sob acusação de participarem de esquema de desvio de dinheiro público por meio de uma ONG. Novais defendeu o assessor em depoimento na Câmara, semana passada. Mas Costa foi exonerado na sexta-feira. Amanhã, o ministro será ouvido pela Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado.

Na semana passada, Novais foi aconselhado por colegas do próprio PMDB a entregar o cargo e, assim, evitar desgastes ao partido. Esse grupo avalia que Novais já foi tragado pelos escândalos e que o fato de não contar com apoio do Palácio do Planalto – até hoje não foi recebido pela presidente Dilma – tornam sua situação irreversível. Entre os caciques do PMDB, a avaliação é de que Novais só não entregou a carta de exoneração ainda a pedido do líder do partido, Henrique Alves (RN), um dos fiadores da sua indicação.

FONTE: JORNAL DO COMMERCIO (PE)

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