Para Ophir Cavalcante, permanência do ministro do Turismo no cargo estaria “comprometida” pelas denúncias de corrupção, que já derrubaram dois outros auxiliares
BRASÍLIA – O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Ophir Cavalcante, defendeu ontem o afastamento do ministro do Turismo, Pedro Novais. Ele comparou as denúncias de corrupção no Turismo às que derrubaram os ministros dos Transportes e da Agricultura. “Há um comprometimento muito forte do ministro do Turismo com a estrutura do ministério que está contaminado. O ideal seria que ele se afastasse do cargo”, sugeriu Cavalcante.
O líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR), também pediu no sábado que o ministro do Turismo deixe o cargo. “A situação de Pedro Novais é insustentável. Se ele se der ao respeito, deve entregar o cargo já”, afirmou. Segundo Bueno, o ministro confessou sua incompetência ao afirmar, em audiência na Câmara, que haviam irregularidades nos convênios de sua pasta. “E pior, admitiu que não fez nada para sanar a roubalheira”, disse.
O jornal Folha de S.Paulo revelou, no sábado, que uma emenda proposta por Pedro novais quando exercia o mandato de deputado federal pelo Maranhão vai beneficiar uma empreiteira-fantasma no município de Barra do Corda (MA). Ele destinou R$ 1 milhão para a construção de uma ponte na cidade sem potencial turístico. O município recebeu mais verba do que cidades como Jijoca de Jericoacoara, destino conhecido internacionalmente.
Há duas semanas, a Polícia Federal deflagrou a Operação Voucher que prendeu servidores do ministério, entre eles o ex-secretário-executivo Frederico Costa, sob acusação de participarem de esquema de desvio de dinheiro público por meio de uma ONG. Novais defendeu o assessor em depoimento na Câmara, semana passada. Mas Costa foi exonerado na sexta-feira. Amanhã, o ministro será ouvido pela Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado.
Na semana passada, Novais foi aconselhado por colegas do próprio PMDB a entregar o cargo e, assim, evitar desgastes ao partido. Esse grupo avalia que Novais já foi tragado pelos escândalos e que o fato de não contar com apoio do Palácio do Planalto – até hoje não foi recebido pela presidente Dilma – tornam sua situação irreversível. Entre os caciques do PMDB, a avaliação é de que Novais só não entregou a carta de exoneração ainda a pedido do líder do partido, Henrique Alves (RN), um dos fiadores da sua indicação.
FONTE: JORNAL DO COMMERCIO (PE)
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