quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Bancos decidem retomar negociação com bancários

Greve, que entra hoje no 17º dia, foi deflagrada pois trabalhador pede aumento real de 5% e os patrões oferecem 0,56%

Marcelo Rehder

Depois de 16 dias de greve, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) decidiu ontem retomar as negociações salariais com o Comando Nacional dos Bancários. Uma nova rodada de conversas entre as partes foi marcada para as 16 horas de hoje em São Paulo.

A expectativa dos sindicalistas é positiva. "A gente espera que eles (os representantes dos bancos) apresentem uma proposta capaz de acabar com a greve, uma proposta que possa ser levada para as assembleias", disse Carlos Cordeiro, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT)e coordenador do Comando Nacional dos Bancários.

A greve, que já é a maior da categoria nos últimos 20 anos, foi deflagrada no dia 27 do mês passado. Os bancários decidiram cruzar os braços em assembleias da categoria que rejeitaram a proposta de reajuste de 8% feita pela Fenaban.

A oferta dos b ancos foi recusada porque representa um aumento real de apenas 0,56% nos salários, muito abaixo do reivindicado pelos trabalhadores. Eles querem reajuste de 12,8% (aumento real de 5% mais a inflação acumulada em 12 meses até agosto).

Os bancários pedem ainda valorização do piso salarial da categoria, maior Participação nos Lucros e Resultados (PLR) dos bancos, mais contratações e o fim das metas abusivas, entre outras reivindicações.

Desde o início da greve, tanto a Contraf quanto a Fenaban diziam que estavam abertas ao diálogo, mas nenhuma das partes tomava a iniciativa de chamar para a mesa de negociação. O silêncio foi quebrado ontem.

Para os sindicalistas foi a força da greve, que paralisa mais de 9 mil agências de bancos privados e públicos em todos os 26 Estados e no Distrito Federal, que levou os bancos a reabrir as negociações. "Vamos manter a greve forte para que os banqueiros apresentem uma proposta decente à categoria", afirmou Juvandia Moreira, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.

Os bancários são uma da poucas categorias no Brasil que têm contrato coletivo de trabalho com validade nacional. Ou seja, os direitos conquistados nas negociações valem para todo o País. Com data base para renovação da convenção coletiva de trabalho em primeiro de setembro, a categoria soma 484 mil bancários.

FONTE: O ESTADO DE S. PAULO

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