quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Oposição critica manutenção do PCdoB no controle do Esporte

Deputados pedem que as investigações das denúncias de corrupção na pasta sejam aprofundadas

André de Souza e Adriana Vasconcelos

BRASÍLIA. Mesmo com a demissão de Orlando Silva, o fato de o PCdoB ser mantido à frente do Ministério do Esporte foi duramente criticado ontem pela oposição, que tenta descolar do governo Dilma a imagem de que ela é intolerante com os malfeitos e faz uma faxina de verdade. Seus líderes afirmam que não adianta tirar Orlando Silva e pôr como substituto um outro integrante do PCdoB, partido que está há quase nove anos no comando da pasta. Houve ainda cobrança para a continuidade das investigações das denúncias de corrupção no ministério.

- Podia ser Orlando ou Francisco o ministro. O que não pode é o ministério ser aparelho de um partido. A Copa vai mal, o nosso futebol, também. Há conflitos em todos os lados. É uma irresponsabilidade aparelhar a pasta numa situação dessa - disparou o presidente do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE). - Isso é um absurdo. Orlando sair já é uma decisão atrasada. Pôr outro indicado do PCdoB é inaceitável.

Na Câmara, os líderes do PSDB, Duarte Nogueira (SP), e do PPS, Rubens Bueno (PR), também disseram que a saída de Orlando Silva não é suficiente.

- Queremos o aprofundamento das investigações e o desmonte completo do aparelho de corrupção montado no Ministério do Esporte - afirmou o líder do PPS.

- As denúncias são de que há um esquema de distribuição de recursos por meio de ONGs. Isso precisa ser investigado, os envolvidos afastados e os recursos devolvidos - emendou o tucano Duarte Nogueira.

Para o presidente do DEM, senador José Agripino (RN), a queda de Orlando Silva deve ser apenas um primeiro passo.

- A saída dele não deve estancar a investigação.

Já o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), disse que Orlando Silva deixou o cargo para ter condições de se explicar, argumentando que nenhuma denúncia foi comprovada.

Presidente do PPS, o deputado Roberto Freire (SP) fez coro às críticas dos colegas e falou da dependência de Dilma em relação a Lula:

- A queda do ministro é a demonstração cabal de dois aspectos profundamente negativos do governo: primeiro, é um ministério feito à imagem e semelhança de Lula, e que ela subalternamente aceitou, e segundo, sua incapacidade de coibir malfeitorias.

FONTE: O GLOBO

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