segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Royalties fazem Zveiter entregar cargo a Cabral

Secretário diz ser contra posição do suplente Brizola Neto

Cássio Bruno e Chico Otavio

O secretário estadual de Trabalho e Renda do Rio, Sergio Zveiter, eleito deputado federal pelo PDT, pedirá exoneração hoje do cargo ao governador Sérgio Cabral, do PMDB. Zveiter não concorda com a posição assumida por seu suplente, Brizola Neto, também do PDT, de se posicionar contra os interesses da bancada fluminense na questão da redistribuição dos royalties do petróleo. O encontro entre o secretário e Cabral ocorrerá no Palácio Laranjeiras, onde o peemedebista também se reunirá com outros parlamentares para traçar uma estratégia estratégia sobre o tema.

- Vou explicar ao governador o meu desejo de voltar para Brasília para lutar pelos recursos (dos royalties). Não tem sentido votar contra os interesses do estado - disparou Sérgio Zveiter.

Zveiter disse que assumiu a secretaria, entre outras razões, atendendo a um apelo da presidente Dilma Rousseff, no sentido de viabilizar o exercício do mandato de Brizola Neto. Cabral e a bancada do Rio não querem abrir mão de receitas e tentam convencer municípios e estados não produtores de que o governo federal é quem mais ganha dinheiro com o novo cálculo de cobrança de tributos.

Dilma quer adiamento da votação do veto de Lula

Com os pés fora do PDT - ele se filiará ao PSD para ser candidato à Prefeitura de Niterói, na Região Metropolitana - Zveiter criticou Brizola Neto:

- É uma dissonância total (de Brizola Neto) com a bancada federal do Rio e com o próprio estado. Afinal, fomos eleitos para defender o Rio. A questão dos royalties é uma luta de todos nós e da população.

Procurado pelo GLOBO ontem, Brizola Neto não retornou as ligações.

A expectativa é de que o Congresso Nacional vote, na próxima quarta-feira, o veto do ex-presidente Lula à Emenda Ibsen-Simon. Na prática, o Rio corre o risco de perder royalties e participação especial R$6,7 bilhões - ou 13% de sua receita. No fim de semana, porém, a própria Dilma ligou para Cabral e avisou que pediu ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), para não pôr em votação o assunto por ela estar viajando.

Em entrevista ao GLOBO no sábado, o senador Lindberg Farias (PT-RJ), acusou Sarney de fazer um movimento contra o Rio na discussão sobre a redistribuição dos royalties. O petista atribuiu ainda à ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, de estar plantando notas publicadas na imprensa dando conta de que ele estaria queimado com Dilma por brigar contra o projeto.

FONTE: O GLOBO

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