sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Para Coutinho, governo pode reaquecer a economia brasileira, se for necessário

Júlia Pitthan

FLORIANÓPOLIS - O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, minimizou as perspectivas de um resultado ruim no nível de investimento do PIB no terceiro trimestre deste ano. "Nós não temos uma queda [no nível de investimento]. O patamar está mantido em um nível alto. Não podemos tomar números mensais como uma tendência. Às vezes cai um pouquinho o volume de consultas em um mês, mas isso não necessariamente reflete uma tendência", disse o presidente do BNDES, após participação em evento da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC).

Até setembro, os desembolsos do BNDES recuaram 11%, já descontada a operação de capitalização da Petrobras no ano passado. Em setembro, sobre agosto, a produção e a importação de bens de capital recuaram.

Para Coutinho, o governo brasileiro tem condições de levar a economia a um reaquecimento se isso for necessário. "O cenário mundial é preocupante, principalmente do lado da Europa, mas temos tranquilidade que o Brasil pode ultrapassar um eventual agravamento do cenário atual com políticas e recursos menos onerosos do que foram aplicados em 2008 e 2009. Nós temos instrumentos e alavancas para assegurar que a economia brasileira continue crescendo. Se acontecer alguma desaceleração neste trimestre e neste último agora que estamos entrando, é perfeitamente contornável", antecipou. Para 2012, Coutinho acredita que o país pode manter um nível de crescimento de 4%.

Para o diretor-presidente do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Renato de Mello Vianna, os níveis de contratação de financiamento para investimentos seguem em ritmo crescente. Em 2010, foram emprestados ao mercado R$ 1,850 bilhão. Para este ano, a previsão é de que R$ 2 bilhões sejam financiados às empresas do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Neste ano, o BRDE passou a atender também o Mato Grosso do Sul, mas o volume de recursos ainda é pequeno.

A indústria responde pelo maior volume dos recursos emprestados, com cerca de 33,5%. Segundo Mello Vianna, o setor de infraestrutura, que respondeu por 10,3% dos volumes emprestados em 2010, deverá ter um salto passando a representar 13% este ano. Os investimentos no setor de energia, com usinas eólicas e hidrelétricas, vão contribuir para a alta.

FONTE: VALOR ECONÔMICO

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