domingo, 6 de novembro de 2011

PSDB revê ideais para tentar voltar ao poder em 2015

Seminário reunirá expoentes tucanos, "pais do Real" e acadêmicos para mostrar que sigla "está voltando a pensar"

José Serra não havia confirmado presença no evento, que pretende ser o embrião de futura revisão do partido

Vera Magalhães

SÃO PAULO - Há mais de oito anos fora da Presidência, o PSDB inicia amanhã as discussões para tentar quebrar a hegemonia do PT e voltar ao poder.

O pontapé será dado no seminário "A Nova Agenda", promovido pelo ITV (Instituto Teotonio Vilela).
Embora a tentativa seja de renovar o ideário tucano, o evento terá uma cara de reencontro, ao reunir o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e alguns dos chamados "pais do Real", um time de economistas e acadêmicos que atuou no plano de estabilização da moeda.

A coordenação do seminário coube aos economistas Elena Landau e Edmar Bacha, ambos egressos do chamado "grupo da PUC-RJ", que deu as cartas na política econômica nos anos FHC.

O evento também terá participações de outros expoentes da era tucana, como os ex-presidentes do Banco Central Persio Arida, Armínio Fraga e Gustavo Franco, que atuam no mercado financeiro.

Para tentar aliar o resgate do legado de FHC a novas propostas, o partido chamou também nomes com atuação nas áreas sociais.

Segundo o presidente do ITV, o ex-senador Tasso Jereissati, a ideia do seminário é ser o embrião da revisão programática do partido.

"A agenda que se tem hoje é a que o partido formulou e implementou há quase 20 anos. Depois disso não se pensou mais o país. O PT se apropriou da nossa agenda e não avançou", disse à Folha.

O ex-senador faz um mea culpa pelo fato de o PSDB não ter defendido o que foi feito por FHC, sobretudo na economia. "Existe um erro que é entregar as campanhas políticas a marqueteiros".

Até sexta-feira a cúpula do PSDB não contava com a presença do ex-presidenciável José Serra. Preterido para o comando do ITV, Serra trava, desde então, embates por espaço na legenda. Aliados disseram que o seminário foi montado para alavancar a pré-candidatura de Aécio Neves à Presidência.

FONTE: FOLHA DE S. PAULO

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